“Portugal conseguiu virar a página da austeridade contra todas as premonições diabólicas”, garante Mário Centeno

Mário Centeno, ministro das Finanças, anunciou esta terça-feira que o défice de Portugal ficou a 0,45% do Produto Interno Bruto (PIB), um valor bastante melhor que as previsões apontadas pelo Governo e "sendo a primeira vez que na democracia portuguesa tal acontece".

"Conseguimos consolidar as contas públicas devolvendo rendimentos e orgulho aos portugueses", sublinhou Mário Centeno, adiantando que foram criados 350 mil novos empregos nestes três anos de legislatura e que o Produto Interno Bruto (PIB) está hoje €30 mil milhões acima do que estava há três anos.

Frisando que a execução orçamental em 2018 foi "um enorme sucesso", Mário Centeno salientou ainda que "não seguimos políticas milagrosas nem nos deixámos abater por premonições diabólicas. Não cortámos nas pensões nem aumentámos impostos, como foi a triste história da economia portuguesa na anterior legislatura. Pelo contrário, criámos e devolvemos rendimento aos portugueses"

Portugal melhor preparado “para um eventual abrandamento económico na Europa”

"Podemos hoje dizer que Portugal conseguiu virar a página da austeridade", avançou o ministro das Finanças, frisando que "o fardo do endividamento, se não for diminuído, coloca problemas ao país, às famílias e às empresas", e que objetivos se cumpriram em 2018 "em resultado de políticas económicas do Governo sem dar passos maiores que a perna, e muito em breve cumpriremos os objetivos estabelecidos a médio prazo e que nos vão pôr a salvo de todas as oscilações na economia europeia".

Segundo Mário Centeno, com os resultados de 2018 "Portugal está melhor preparado para enfrentar um cenário de eventual abrandamento económico na Europa" e "pela primeira vez desde a democracia, o país tem as contas públicas equilibradas"

"O Governo devolveu a estabilidade às finanças públicas e ao sistema bancário, atingindo um saldo orçamental que é o mais baixo em Portugal desde os últimos 40 anos (0,45% do PIB", referiu ainda Mário Centeno, sustentando ser "uma conquista deste Governo" face a "que há três anos o Governo não sobrevivia ao primeiro orçamento".

Chamando a atenção para a "credibilidade conquistada por Portugal nos últimos três anos", o ministro das Finanças lembrou ainda que o 'rating' de Portugal foi aumentado cinco vezes pelas maiores agências internacionais nos últimos três. "Mostrámos à Europa que havia uma alternativa", concluiu Mário Centeno.

Numa conferência organizada esta segunda-feira pelo Banco de Portugal, o ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo já tinha enfatizado que “Portugal é hoje um país diferente", e que "esta diferença vai muito além do défice", adiantando que "dentro em breve passaremos a falar de excedentes orçamentais”.