BCP lucra €300 milhões e distribui dividendos pela primeira vez desde 2010
Lucros do BCP subiram 61,5 % face a 2017, levando à primeira distribuição de dividendos desde 2010. Serão distribuídos 10% dos resultados, o que dá 0,2 cêntimos por ação
Lucros do BCP subiram 61,5 % face a 2017, levando à primeira distribuição de dividendos desde 2010. Serão distribuídos 10% dos resultados, o que dá 0,2 cêntimos por ação
Jornalista
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O banco liderado por Miguel Maya registou um resultado líquido de 300 milhões de euros em 2018, mais 61,5% do que no ano anterior, tendo decidido regressar à distribuição de dividendos.
As imparidades e provisões ascenderam a 601 milhões de euros, verificando se uma redução face aos 924, 8 milhões de euros contabilizadas em 2017.
Miguel Maya sublinha que desde 2013 o BCP reduziu significativamente o crédito em risco (NPE) em cerca de 8 mil milhões de euros.
O negócio em Portugal contribuiu para os lucros consolidados com 115,5 milhões de euros, ou seja mais 196% relativamente aos resultados obtidos em 2017.
No que diz respeito às comissões o aumento de 4,3 % em Portugal decorreu do crescimento do negócio.
Os recursos totais do BCP em termos consolidados registaram um aumento de 5,2%, com destaque para os depósitos à ordem.
Já em Portugal o crescimento foi de 4,6 %, também com destaque para os depósitos a ordem.
Já no que diz respeito ao crédito em Portugal continua a registar se um decrescimo de 2,1%.
Em termos consolidados o crescimento é muito tímido, 0,2 %. O rácio entre crédito e depósitos - rácio de transformação - está hoje nos 87%. A margem financeira (diferenca entre juros pagos e juros cobrados) decresceu 0,6%, embora em termos consolidados tenha subido 2,3%.
Os custos operacionais em Portugal cresceram 9,1%, para o que contribuiu a reposição salarial prometida aos trabalhadores do BCP cujo impato se traduziu em 7,5 milhões. No negócio internacional os custos cresceram 5,3%.
À luz destes resultados, a comissão executiva do Banco Comercial Português, liderado por Miguel Maya, vai propor a distribuição de 10% dos resultados como dividendos. Falta o 'Ok' do conselho de administração, comandado por Nuno Amado, e depois dos acionistas, em assembleia-geral a realizar em maio.
Tendo em conta que os lucros obtidos em 2018 foram de 301 milhões de euros, os dividendos serão de 30,1 milhões de euros, já que Miguel Maya anunciou que a proposta é de um "payout" (parcela de resultados que é distribuída em dividendos) de 10%.
Havendo mais de 15 mil milhões de ações do BCP, a remuneração acionista será de cerca de 0,2 cêntimos para cada acionista.
A ação do BCP fechou esta quinta-feira, 21 de fevereiro, a valer 23 cêntimos.
Está a primeira vez que o BCP avança para pagamento da remuneração acionista desde 2010. Passou pela crise e teve de pedir ajuda estatal, na qual tinha um plano de reestruturação que travava essa distribuição. Só agora avança para esse pagamento
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