A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) diz, em comunicado que as declarações do ministro do Ambiente sobre a perda de valor dos carros a diesel “podem resultar de um desejo do Sr. Ministro, mas não têm qualquer correspondência com a realidade”.
Esta é a primeira reação da ACAP à entrevista do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, que hoje disse ao Jornal de Negócios, ser “muito evidente que quem comprar um carro diesel muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca”
Os dirigentes da ACAP lembram que Portugal está integrado na União Europeia e não existe qualquer regulamentação que aponte no sentido das declarações do ministro do Ambiente. “Inclusivamente, desde setembro de 2018 todos os veículos diesel passam por um teste de homologação mais rigoroso no âmbito da Norma Euro 6d-TEMP, que terá uma nova fase em setembro deste ano. O que prova que, no âmbito da regulamentação comunitária, a aposta é na redução das emissões dos veículos diesel a lançar no mercado europeu nos próximos anos”.
No mesmo comunicado, a ACAP reforça que a indústria automóvel “está, fortemente, empenhada na redução de emissões dos veículos. A prova deste compromisso, é de que 40% dos novos modelos anunciados para 2021, já terão a opção da motorização elétrica. Todavia, esta transição irá ser feita de forma gradual”.
A ACAP lamenta ainda que o ministro do Ambiente não tenha ponderado o impacto das suas palavras na actividade das empresas do sector automóvel. "O Sr. Ministro, ao proferir esta declaração, deveria ter tido em consideração que a indústria automóvel é a principal indústria exportadora em Portugal e que o sector automóvel é o principal contribuinte líquido do Estado, ao ser responsável por mais de vinte cinco por cento do total das receitas fiscais".
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