Science4you desiste de ir para a Bolsa
Empresa tinha em curso uma oferta pública de venda de até 2.755.102 ações. Já tinha pedido um prolongamento do prazo mas em face da reduzida procura de ações decidiu cancelar a operação.
Empresa tinha em curso uma oferta pública de venda de até 2.755.102 ações. Já tinha pedido um prolongamento do prazo mas em face da reduzida procura de ações decidiu cancelar a operação.
Editor-adjunto de Economia
A Science4you desistiu de ir para a Bolsa. A empresa portuguesa dedicada ao desenvolvimento, produção e comercialização de brinquedos educativos refere, em comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que perante a reduzida procura de ações "decidiu não formalizar o contrato de liquidez" que tinha anunciado a 14 de dezembro. A oferta pública de venda (OPV) de até 2.755.102 ações, que tinha em curso, não vai assim realizar-se.
"As ordens entretanto transmitidas poderão ser revogadas até ao termo do período de aceitação da oferta", acrescenta a empresa liderada por Miguel Pina Martins.
O anúncio do contrato de liquidez teve como objetivo estimular a procura de ações por parte dos investidores que, perto do prazo inicial da oferta, estava muito abaixo do previsto. Com um contrato de liquidez, torna-se mais fácil negociar as ações de uma empresa. O objetivo, explicou a empresa a 14 de dezembro, era o de "incrementar a liquidez que possa existir na negociação dos títulos da Science4you".
O prazo da oferta tinha sido prorrogado até 1 de fevereiro.
A empresa disse mesmo, na altura, que "recebeu já uma proposta para a celebração do contrato de liquidez, a qual aceitou, pretendendo formalizar a celebração desse contrato nas próximas semanas, tendo em vista garantir que o mesmo estará em vigor por altura da admissão à negociação das ações no sistema de negociação multilateral Euronext Growth".
No final do ano passado, algumas operações foram canceladas devido às más condições do mercado. Primeiro foi, a 11 de outubro, a entrada em Bolsa da Sonae MC, que foi suspensa devido a “condições adversas nos mercados internacionais”. Depois foi a oferta de distribuição de ações da Vista Alegre, a 11 de dezembro, no âmbito do aumento de capital previsto para a empresa, devido à “conjuntura adversa nos mercados internacionais”. E, um dia depois, foi a vez de a Pharol (ex-PT SGPS) anunciar a desistência do aumento de capital. Isto porque concluiu que “as condições de mercado não se apresentam propícias à realização” da operação.
A Science4You tinha prevista para dia 21 de dezembro a admissão à negociação das suas ações. O objetivo da entrada na Bolsa era o de obter capital para continuar a crescer, investir na robotização, na internacionalização e no comércio eletrónico. A estrutura acionista é composta pelo fundador e presidente executivo Miguel Pina Martins (27%), Portugal Ventures (35%), Millennium Fundo de Capitalização (27%) e Banco Europeu de Investimento (8,4%), entre outros.
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