Economia

Governo dá luz verde ao Abanca e Capitec para ficarem com bancos da Caixa

Governo dá luz verde ao Abanca e Capitec para ficarem com bancos da Caixa
Luís Barra

Governo já escolheu os compradores para ficarem com os bancos da Caixa em Espanha e África do Sul e seguindo recomendação da gestão liderada por Paulo Macedo

Governo dá luz verde ao Abanca e Capitec para ficarem com bancos da Caixa

Isabel Vicente

Jornalista

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira a venda dos bancos da Caixa em Espanha e África do Sul. O espanhol Abanca foi o escolhido para comprar 99,79% do capital do Banco Caixa Geral Espanha e o Capitek Bank fica com 100% do Mercantile Bank, banco da Caixa na África do Sul.

O preço a pagar pelo banco da Caixa em Espanha ascende a 364 milhões de euros, avançou o banco espanhol, depois do governo português ter dado luz verde ao negócio. E sublinha que a integração do Banco Caixa Geral lhe permite "subir uma posição uma posição no ranking de entidades espanholas em termos de património líquido, ascendendo à sétima posição, e dois níveis em termos de ativos, situando-se em oitavo lugar".

Além disso, o Abanca refere também que esta aquisição lhe permite expandir a sua atividade nas províncias espanholas e reforçar a sua presença onde já opera. A operação que a Caixa vendeu tem 110 agências em 10 comunidades autónomas espanholas, conta com 524 trabalhadores e tem mais de 131 mil clientes particulares e empresas.

A Caixa vai encaixar 201 milhões de euros com a venda de 100% do Mercantile ao Capitec Bank.

Segundo o banco liderado por Paulo Macedo o valor das vendas está sujeito "a ajustamentos decorrentes da variação patrimonial da Mercantile Bank e do Banco Caixa Geral (Espanha) , respetivamente, entre a data de referência estabelecida nos acordos de venda direta e o último dia do segundo mês anterior à respetiva data da sua efetiva alienação". Em comunicado, a Caixa refere ainda que estão acautelados acordos de cooperação comercial entre a CGD e os compradores das suas operações que visam "continuar a dar apoio aos clientes da CGD que residem ou operam nestes mercados"

A notícia foi avançada pelo Governo, através do comunicado do Conselho de Ministros, e enquadra-se na reestruturação da Caixa, que Paulo Macedo concluída até ao final do ano.

No comunicado do Conselho de Ministro nada é dito quanto ao preço a pagar pelos bancos da Caixa nestes mercados, mas o preço oferecido pelos vários candidatos que estiveram na corrida foi um dos critérios de seleção.

A continuidade de relacionamento com a comunidade portuguesa residente ou com ligações a Portugal terá sido também um critério valorizado na fase de negociação e seleção entre candidatos à compra em ambas as geografias.

À venda destes ativos seguir-se-á a alienação da operação da Caixa no Brasil e a redução da participação em Cabo Verde e em Moçambique, de acordo com o plano de reestruturação da Caixa negociado entre o Estado e Bruxelas que permitiu injectar no capital do banco público 4 mil milhões de euros em 2017.

O Abanca Corporación Bancaria comprou também, mas em Portugal a operação do alemão Deutesche Bank.

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