Economia

Portugal pagou mais €1001 milhões ao FMI

O Tesouro realizou mais um reembolso antecipado ao Fundo Monetário Internacional num montante de 1001 milhões de euros, anunciou esta terça-feira o Ministério das Finanças. Foi o sétimo pagamento realizado em 2017, num ano em que devolveu ao Fundo mais de €10 mil milhões

Jorge Nascimento Rodrigues

O Tesouro realizou mais um pagamento antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) de 1001 milhões de euros, comunicou esta terça-feira o Ministério das Finanças.

"Portugal pagou antecipadamente mais uma parcela do empréstimo ao FMI, que vencia entre março e maio de 2021, no montante de 1001 milhões de euros e, com esta operação, ficaram concluídos os reembolsos antecipados ao FMI em 2017", afirma o Ministério em comunicado.

A nota acrescenta que "foram pagos durante o corrente ano 10.013 milhões de euros. Aproximadamente 80 por cento do empréstimo total do FMI, no montante de 26.300 milhões de euros, foi já liquidado".

Portugal realizou sete pagamentos antecipados em fevereiro, junho, julho, agosto, outubro, novembro e dezembro. O de maior volume foi pago em novembro num montante de €2,78 mil milhões.

Inicialmente, o Tesouro planeou pagar antecipadamente €5 mil milhões em 2017, tendo, depois, o ministro Mário Centeno, à saída de uma reunião do Ecofin no início de novembro, anunciado que "muito em breve" pagaria mais €3 mil milhões, o que se concretizaria.

Posteriormente, o secretário de Estado das Finanças Ricardo Mourinho Félix adiantou, no início de dezembro, que ainda seriam pagos este ano "pelo menos" mais €500 milhões. Numa apresentação a investidores internacionais, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) apontava para um último pagamento do ano de €1000 milhões, o que se concretizou agora.

Ainda segunda a nota do Ministério "o plano de amortizações antecipadas ao FMI continuará a ser implementado no próximo ano, como previsto no programa de financiamento da República, mantendo-se ainda assim uma prudente almofada financeira". Segundo a apresentação aos investidores publicada pelo IGCP, o Tesouro prevê pagar antecipadamente ao FMI €800 milhões em 2018.

Os pagamentos à organização chefiada por Christine Lagarde inserem-se na lógica de reembolsar antecipadamente dívida cujo custo anual total é estimado em 4,2% para uma maturidade média final inferior a 6 anos, mais do dobro dos juros a que atualmente o Tesouro consegue financiar-se a longo prazo no mercado.

Recorde-se que o custo médio implícito em 2017 de toda a emissão de nova dívida desceu para 2,6%. No último leilão de obrigações a 10 anos, o Tesouro pagou menos de 2%, a taxa mais baixa de sempre em operações deste género.

Os outros empréstimos contraídos aquando da intervenção da troika em 2011 abrangem os dois fundos europeus de resgate que cobram uma taxa anual média de 2,3% para uma maturidade média de mais de 20 anos. Atualmente, no mercado secundário, as obrigações a 20 anos registam uma yield de 2,8%.

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