Economia

Ex-Dolce Vita ganham vida nova

Maquetes das praças de restauração no Alma Shopping, em Coimbra
Maquetes das praças de restauração no Alma Shopping, em Coimbra
d.r.

Deutsche Bank injeta €20 milhões para revitalizar centros comerciais

Ex-Dolce Vita ganham vida nova

Marisa Antunes

Jornalista

Os três centros comerciais ex-Dolce Vita localizados em Vila Real, Porto e Coimbra, que mudaram de mãos após a falência dos espanhóis da Chamartín, começam finalmente a seguir um novo rumo. Adquiridos em pacote pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star e entretanto vendidos no ano passado ao Deutsche Bank, estão agora a passar por um processo de revitalização graças a uma injeção de €20 milhões, que começa a dar frutos.

O primeiro a avançar para obras foi o de Vila Real, rebatizado de Nosso Shopping. Sob a gestão integrada da consultora CBRE, que abarca desde o rebranding (mudança da marca) à manutenção, da comercialização de espaços à arquitetura conceptual das novas áreas, o centro comercial já começa a atrair mais visitantes. “Toda a área de food-court (restauração) foi remodelada, por isso, na prática, há uma praça de restauração completamente nova, a qual já teve um impacto grande no centro comercial, que cresce 4% em tráfego (cerca de seis milhões de visitantes anuais). Mas as vendas da restauração crescem, em vários casos, a 50%”, resume Francisco Horta e Costa, diretor-geral da CBRE, empresa que, em Portugal, gere 58 ativos (entre centros comerciais, armazéns e escritórios), traduzidos em 700 lojas e mais de €64 milhões em rendas.

Maquetes das praças de restauração do Nosso Shopping (Vila Real)
d.r.

Esta operação ficou terminada recentemente e, entretanto, já se avançou para obra nos espaços de Coimbra (Alma Shopping) e do Porto (Alameda Shop & Spot), cujas taxas de ocupação estão próximas dos 90%. O objetivo é que as intervenções estejam terminadas, o mais tardar, no terceiro trimestre de 2018, ainda que em ambos os centros comerciais esteja previsto que até ao final deste ano fiquem concluídas as respetivas zonas de restauração.

De todos, o Alameda será aquele que vai absorver a maior fatia do investimento — €11 milhões do pacote de €20 milhões, sendo o restante distribuído de uma forma quase equitativa pelos outros dois. “O Alameda, no Porto, atua num mercado mais concorrencial e tem características que podem ser melhoradas ao nível de acessos, de ligação entre as lojas, também de uma nova praça de restauração, entre outros”, realça Carlos Récio, responsável pelo departamento de Retalho da CBRE, lembrando também “a importância de se requalificar o tenant-mix [posicionamento das lojas], atraindo novos operadores e novas lojas-âncora”.

Inaugurados entre 2004 e 2005, os três centros comerciais nunca tinham passado por grandes remodelações. “O centro comercial não pode ser deixado sem uma revitalização, sem uma atualização. E não interessa ter mais pessoas, é preciso ter também mais vendas”, remata Francisco Horta e Costa.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MVAntunes.externo@impresa.pt

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