É o segundo dia consecutivo de recuperação das ações do Banif, que fecharam na terça-feira a valer mais 23,08% e apresentavam um ganho de 30% para 0,0013 euros às 9h desta quarta-feira, depois de já terem estado a valorizar 40%.
A volatilidade das ações do banco liderado por Jorge Tomé tem sido enorme nos últimos dias, um reflexo claro do nervosismo que o futuro do banco está a provocar nos acionistas. O título bateu o mínimo histórico nos últimos dias nos 0,0006 euros.
A incerteza sobre o destino do Banif é grande e os analistas sublinham que a ações do banco estão a ser "alvo de pura especulação". A instabilidade no comportamento das ações agravou-se depois de a TVI ter afirmado, na noite deste domingo, que o Governo estava a preparar uma intervenção no Banif, informação que foi desmentida pelo banco.
O primeiro-ministro António Costa garantiu esta terça-feira que os depósitos do Banif estão todos protegidos, mas não afastou a possibilidade de vir a haver perdas para os contribuintes. "Neste momento, o processo do Banif continua em apreciação nas instituições europeias, o processo de venda continua em curso, e em qualquer circunstância o Estado garantirá sempre a integridade dos depósitos, independentemente do seu montante", afirmou António Costa. Uma declaração interpretada pelos analistas ouvidos pelo Expresso como um sinal de que o futuro do Banif está em aberto e de que não há garantia de que irá ser encontrada uma solução para salvar o banco.
Jorge Tomé veio esta terça-feira, em entrevista à SIC, apelar aos investidores que estão interessados no Banif que façam uma proposta o mais rápido possível. Na mesma entrevista, o presidente-executivo afirma que o banco não foi vendido antes porque o anterior Governo "não quis misturar" a venda do Novo Banco com a da instituição criada por Horácio Roque.
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