As yields das Obrigações do Tesouro português (OT) a 10 anos continuam a trajetória de descida dos últimos dias. Na abertura da sessão de quinta-feira no mercado secundário da dívida soberana na zona euro, as yields das OT naquele prazo de referência desceram para 2,4%, estando, pelas 8h45 (hora de Portugal), em 2,36%, apenas dois pontos base acima do nível registado a 2 de outubro antes das eleições legislativas em Portugal.
A descida nas yields das OT é, hoje na abertura do mercado de dívida, a mais elevada entre as obrigações dos periféricos. No caso das obrigações gregas, as yields estão em alta, ao contrário do que sucede com os restantes periféricos.
A descida nas yields das OT no mercado secundário regista-se depois do Tesouro português ter ido ao mercado obrigacionista colocar na quarta-feira 995 milhões de euros em dívida a 10 anos pagando uma taxa de remuneração de 2,4294%, e a poucas horas da tomada de posse do governo do PS chefiado por António Costa que disporá de apoio parlamentar maioritário na Assembleia da República.
A expetativa nos mercados financeiros de que o Banco Central Europeu (BCE) ampliará os estímulos monetários na próxima reunião a 3 de dezembro, daqui a uma semana, tem alimentado a trajetória recente de descida do custo de financiamento da dívida soberana, depois de resolvida a crise grega do verão.
Riscos no ar
Apesar da atenuação do impacto do risco político relacionado com a vaga terrorista recente e da desdramatização do incidente entre a Turquia e a Rússia que poderia fazer disparar o risco geopolítico, o BCE alertou na quarta-feira para um risco nos próximos dois anos de inversão brusca dos prémios de risco à escala global, que poderá contagiar a zona euro, e em particular os periféricos mais endividados quer em termos privados como públicos.
Também, o presidente da Comissão Europeia avisou ontem que, se o sistema Schengen colapsar, o euro ficará em risco. “Uma moeda única não faz sentido se Schengen falhar. Schengen não é um conceito neutro como devem saber. Não é banal. É um dos principais pilares da construção da Europa”, disse Jean-Claude Juncker no Parlamento Europeu que se reuniu em Estrasburgo.
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