
Motoristas não querem cenas de violência. E nem sequer a presença das autoridades, ali a poucos metros, faz exaltar os ânimos. Assobios contra os camionistas que conduzem as cisternas são o que há de mais próximo com anarquia
Motoristas não querem cenas de violência. E nem sequer a presença das autoridades, ali a poucos metros, faz exaltar os ânimos. Assobios contra os camionistas que conduzem as cisternas são o que há de mais próximo com anarquia
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Em Aveiras, o piquete de greve tem sido nestes três dias avesso a qualquer tipo de atos violentos. Quando passa um grupo de militares da GNR para mudar os turnos, alguns motoristas mandam bocas mas têm logo o colega do lado a avisar. “Está quieto. Eles estão a fazer o trabalho deles.” Há também quem assobie os militares que saem da Companhia Logística de Combustível (CLC) ao volante de camiões-cisterna. Mas o protesto é quase sempre ligeiro. “Não faz sentido assobiar quem está simplesmente a cumprir ordens”, argumenta um coordenador do piquete, que enverga colete cor de laranja que os distingue dos demais, todos de amarelo. E saem logo palmas a apoiar os soldados ao volante.
Ao fim de tantas horas junto à CLC, nada denuncia vontade de atirar pedras, derrubar as grades que os separam das instalações, ou fazer parar os camiões que fazem o seu serviço de norte a sul. Muitos dos sindicalistas preferem ficar apenas encostados debaixo do viaduto, longe do sol, a conversar ou apenas a beber uma garrafa de água ou um copo de vinho tinto do Cartaxo. De vez em quando sobem uma pequena ladeira para mandar umas bocas aos colegas que se vão abastecer à CLC e voltam ao asfalto. Estes recebem os assobios e as bocas da praxe, normalmente com um encolher de ombros.
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