Nascido numa família com tradições na Medicina, Manuel Lobo Antunes chegou à carreira diplomática mais ou menos por acaso. “Nunca foi um sonho. Foi mais um imprevisto”, diz ele. A carreira levou-o, entretanto, a postos de prestígio em Bruxelas e Roma, com passagens por cargos políticos em Lisboa. Está desde 2016 na embaixada de Portugal em Londres. Lobo Antunes, de 60 anos, recebeu o Expresso no gabinete, austero, da embaixada, em Belgrave Square, uma praça oitocentista no bairro chique de Belgravia.
O Brexit é, como dizem alguns britânicos, um tiro no próprio pé?
Do ponto de vista de uma lógica política e ideológica tenho de aceitar [o Brexit]. As pessoas que votaram pela saída da União Europeia (UE) entendem que é o melhor para o país em termos de soberania, do controlo das imigrações, do take back control, etc. Isso eu respeito, claro. Mas do ponto de vista de uma análise racional e fria confesso que tenho alguma dificuldade em perceber como é que o Brexit pode fazer sentido. Com a idade aprendi a ser menos dogmático. Não posso dizer que o Brexit vai ser um desastre, porque não posso ter uma certeza a 100 por cento. Mas penso muitas vezes nisso. E do ponto de vista racional – de acordo com todos os estudos que são apresentados – não me parece que seja uma boa solução. E terá consequências negativas para o Reino Unido.
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