“Estou em casa agora”, diz Ivan Karadzic, um dos mergulhadores profissionais que participaram nas operações de resgate na gruta de Tham Luan, no norte da Tailândia. Di-lo num tom de voz cansado e embora não possamos vê-lo – a conversa por Skype decorre com a câmara do computador dele desligada e parece-nos intrusivo pedir-lhe que a ligue – imaginamo-lo afundado no sofá, com os braços repousando ao lado, caídos sem força e as pernas inchadas e apoiadas numa qualquer superfície. Há uma razão para o imaginarmos assim: Ivan Karadzic, dinamarquês, foi um dos mergulhadores profissionais que se disponibilizaram para ajudar no resgate das 12 crianças tailandesas e do seu treinador de futebol e durante quase dez dias esteve incumbido de colocar garrafas de oxigénio em locais estratégicos para ajudar os restantes mergulhadores e também para o caso de haver alguma emergência. “Foi muito duro. Tinha de caminhar 90 minutos de cada vez que era necessário colocar as garrafas de ar, num terreno sempre a subir, com uma inclinação de 45 graus, muito escorregadio por causa da água e da lama. Quando era suposto mergulhar já estava completamente de rastos”, diz ao Expresso a partir da Tailândia, onde vive há 11 anos. Há outras coisas que eles nos conta – por exemplo, quando viu passar por ele dentro da gruta a primeira criança, ficou “muito assustado” porque não sabia se estava viva ou morta. E que haveria de ver passar as restantes, uma a uma, ainda incapaz de perceber se estariam a respirar mas já com a certeza de que estariam vivas.
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