As sirenes começaram a soar quando o Reino Unido decidiu expulsar de uma só vez 23 diplomatas russos como retaliação por aquilo que o governo de Theresa May acredita ter sido uma tentativa de assassinato de Sergei Skripal, ex-duplo agente, por mão russa em solo britânico. Mas isso era só o princípio daquilo que rapidamente se transformou numa bola de neve de mais de duas dezenas de países capaz de empurrar de volta à Rússia mais de 130 diplomatas, muitos suspeitos de trabalharem como espiões, espalhados por todas as latitudes - do Canadá à Austrália passando pela Lituânia, ex-membro do bloco soviético. É a maior expulsão coletiva desde os tempos da Guerra Fria e daí as parangonas alarmistas em boa parte da imprensa internacional - e é mais um episódio que acentua as feridas nas relações entre o Ocidente e a Rússia. “Este tipo de atuação dentro de um quadro de média-alta tensão é amiúde. Expulsar diplomatas é um direito de todos os países que mantêm missões diplomáticas noutros países”, diz ao Expresso Manuel Loff, historiador e professor no Departamento de História e Estudos Políticos e Internacionais na Universidade do Porto.
É preciso lembrar que a Rússia é vista pelo Ocidente como um dos mais sanguinários intervenientes na Guerra da Síria, como um país capaz de investir milhões na tentativa - e possível sucesso - de influenciar eleições nos Estados Unidos e como invasora de um país europeu, a Ucrânia. O que se passa na Síria, por exemplo, também nos lembra que a Guerra Fria teve muito de quente. Milhares de pessoas morrem em guerras patrocinadas ou pelo bloco comunista ou pelo bloco capitalista e o mesmo acontece agora.
Para continuar a ler o artigo, clique AQUI
(acesso gratuito: basta usar o código que está na capa da revista E do Expresso. pode usar a app do Expresso - iOS e android - para fotografar o código e o acesso será logo concedido)
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt