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“Portugal não pode singularizar-se. Terá de apresentar fortes justificações para não expulsar diplomatas russos”

Diplomatas russos e respetivas famílias a embarcarem em Londres, de onde foram expulsos
Diplomatas russos e respetivas famílias a embarcarem em Londres, de onde foram expulsos
Chris Radburn/Reuters

Diplomata desde 1971, António Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros no governo de Durão Barroso, diz “nunca ter visto um movimento de retaliações diplomáticas a este nível, nem no tempo da União Soviética”. Diana Soller, investigadora associada do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), refere ao Expresso que Portugal, que optou - pelo menos por enquanto - por não expulsar ninguém, “perdeu uma oportunidade de fazer parte de um grupo de países que quer repor o direito internacional”

“Portugal não pode singularizar-se. Terá de apresentar fortes justificações para não expulsar diplomatas russos”

Helena Bento

Jornalista

“Portugal não pode singularizar-se. Terá de apresentar fortes justificações para não expulsar diplomatas russos”

Soraia Pires

Jornalista

São já mais de 20 os países que expulsaram diplomatas russos do seu território, em solidariedade para com o Reino Unido no caso do envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal. Portugal, contudo, foi um dos poucos países da União Europeia que ainda não tomaram uma posição definitiva sobre o assunto. Diana Soller, investigadora associada do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), considera que Portugal deveria ter-se juntado aos EUA e outros países ocidentais e expulsar diplomatas russos do seu território. “Parece-me que Portugal deveria ter entrado nesse lote de países que entre segunda e terça-feira se alinharam com esta ideia de que o Ocidente não pode permitir que a Rússia tenha certas e determinadas atitudes e ultrapassar determinados limites. Essa seria a melhor política.”

Em entrevista ao Expresso no dia em que a NATO anunciou a expulsão de sete diplomatas russos, já depois de os EUA, Canadá, Macedónia, Albânia, Ucrânia, Noruega, Moldávia e 16 países da União Europeia o terem feito, a investigadora diz compreender que Portugal tenha mostrado alguma “prudência”. No entanto, considera que a posição “não é a melhor para a política externa do país”. “Há uma crise diplomática a acontecer, a esmagadora maioria dos países ocidentais, não só em número, como em termos de importância na criação da política europeia e transatlântica, já se posicionaram inequivocamente, inclusivamente Espanha”. Para Diana Soller, seria importante Portugal manifestar solidariedade em relação ao Reino Unido, dado o peso simbólico dessa decisão. A investigadora considera ainda que o país “perdeu uma oportunidade de fazer parte de um grupo de países que quer repor o direito internacional”.

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