Vale a pena esperar quatro anos para ouvir uma cousa destas
Passaram-se quatro longos anos desde a estreia de Frank Ocean – longos para os fãs, cuja impaciência ameaçava tornar-se incontrolável, e para ele, que teve tempo de construir duas versões do mesmo disco, um álbum visual, um videoclip e muita poesia. “Blonde” é um presente dele para nós (“Cantar estas músicas é terapêutico e eles pagam-me, mãe/ Eu é que devia pagar-vos, sinceramente”), envolto em muito mistério e num lançamento que parecia nunca mais acabar, para no final ficar apenas o que interessa: a música (e aquelas letras sobre o amor e o tempo, e aquela voz tantas vezes sozinha porque não precisa de acompanhamento). Ocean chamou a tropa de elite da indústria – nos créditos estão os nomes de Beyoncé, Kendrick Lamar, Andre 3000, Kanye West, Jamie XX, David Bowie ou James Blake – para compensar uma ausência demasiado longa. Este é um dos acontecimentos do ano - e o álbum é incrível