
A rescrita da “Farsa de Inês Pereira”, por Pedro Penim, recuperando muito da estrutura da peça de Gil Vicente, é uma obra plenamente ancorada no tempo em que é criada, 2023
A rescrita da “Farsa de Inês Pereira”, por Pedro Penim, recuperando muito da estrutura da peça de Gil Vicente, é uma obra plenamente ancorada no tempo em que é criada, 2023
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Em 1523, em Tomar, estreava a “Farsa de Inês Pereira”, de Gil Vicente, estando presente o rei D. João III. Teria sido, talvez, resultado de um desafio feito ao autor, para que criasse uma peça a partir de um mote: “mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube”. Seja como for, a ação tem como personagem central a Inês Pereira do título, uma moça que, em conflito com a mãe, anseia por casar. Em casa, Inês Pereira sente-se presa e tem de trabalhar.
O casamento é, assim, visto como libertação destes dois males. Porém, com uma condição: terá de ser com homem “avisado” e “discreto”; ou seja, uma espécie de galã bem-falante. Aparece Lianor Vaz, uma alcoviteira, casamenteira, com uma proposta: Pero Marques, de quem traz uma carta. O rapaz tem bens, e quer casar com Inês Pereira. A leitura da carta é motivo de ridículo; a visita do rapaz, ainda mais; exit Pero Marques. Surgem dois judeus casamenteiros, com outra proposta, um escudeiro (e o seu moço). Fala bem, sabe ler, escrever, jogar à bola e tocar viola; Inês casa com ele; o casamento é um fiasco; o rapaz não tem dinheiro, e é um tirano; parte para África, a fazer-se cavaleiro; morre.
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