Em 1943, ano em que Brecht escreveu “Schweik na Segunda Guerra Mundial”, que a Companhia de Almada estreia por estes dias numa encenação de Nuno Carinhas, era impossível saber, em toda a sua dimensão, até que ponto a obediência e o servilismo dos cidadãos haviam permitido a execução dos mais atrozes crimes cometidos contra a Humanidade. Foi no fim da II Guerra Mundial que se revelou a extensão do inominável, e foi também nos anos seguintes que, pela primeira vez, se sentaram em tribunal, os homens que, ao não desobedecerem, se tornaram criminosos — mostrando que a obediência criada para domesticar o animal que há em nós, e nos afastar da selvajaria, também permite a carnificina —, arrastando consigo os que se mostraram ambíguos.
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