Morreu o estilista Giorgio Armani, aos 91 anos
Criou em 1975 a empresa com o seu nome, que depois se expandiu para a música, desporto e hotelaria
Criou em 1975 a empresa com o seu nome, que depois se expandiu para a música, desporto e hotelaria
Editor Online
O estilista italiano Giorgio Armani morreu esta quinta-feira, noticia a agência italiana ANSA. Considerado uma lenda da moda mundial, Armani criou a empresa de roupas masculinas homónima em 1975, que transformou-se num império mundial com diferentes marcas como Emporio Armani e Armani Exchange. Segundo o jornal britânico "The Independent", era considerado o segundo homem mais rico da Itália, atrás apenas de Giovanni Ferrero.
"O Sr. Armani, como sempre foi chamado com respeito e admiração pelos funcionários e colaboradores, faleceu serenamente, rodeado pelos seus entes queridos. Incansável, trabalhou até os últimos dias, dedicando-se à empresa, às coleções, aos diversos e sempre novos projetos em andamento e em desenvolvimento", escreveu o Grupo Armani.
O estilista nasceu em Piacenza, no norte da Itália, em 1934. Segundo o "The Independent", Armani cresceu com a vontade de ser médico e chegou a estudar medicina durante três anos na Universidade de Milão. A relação profissional com a moda surgiu anos mais tarde, quando trabalhou numa loja de departamento e, apenas nos anos 1960, ganhou a primeira oportunidade como estilista na empresa Nino Cerruti.
A fundação da marca que leva o nome de Armani ocorreu em 1975, com a ajuda do arquiteto Sergio Galeotti. A primeira coleção de roupas masculinas foi lançada um ano mais tarde. O "New York Times" explicaque o notório profissional adaptou o design dos fatos para valorizar o corpo de quem os vestia. Para isso, removeu ombreiras e certos tecidos dos seus modelos.
"Armani é um desses, tal como Coco Chanel com o vestidinho preto, tão importante pela sua contribuição social através da moda como pelo que especificamente desenhou", explicou Harold Koda, ex-curador-chefe do Costume Institute do Museu Metropolitan, citado pelo "New York Times".
O estilista também teve um importante papel nas roupas utilizadas por mulheres no mercado de trabalho. Ele foi responsável por produzir fatos elegantes para o público feminino que, na época, estava a lutar por um espaço mais significativo dentro das empresas. As suas roupas, explica Armani eram feitas para o "público, não para a indústria da moda", mencionou o "The Independent".
Através da moda, Armani participou de outras artes, vestindo personagens icônicos do cinema americano. Um dos principais foi Julian Kaye, interpretado por Richard Gere no longa-metragem American Gigolo. Também produziu as roupas do filme Os Intocáveis e de Leonardo DiCaprio em Lobo de Wall Street.
O velório do estilista será apenas para amigos e família. A capela mortuária, porém, poderá ser visitada no fim de semana em Milão no Armani/Teatro.
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