É um dos maiores humoristas gráficos da Argentina, desenha desde os 14 anos e mantém há 37 uma tira diária no jornal “Página 12”. Miguel Repiso, conhecido como REP, participou em vários eventos no âmbito da 48ª Feira do Livro de Buenos Aires - num deles, enquadrado na programação de Lisboa enquanto cidade convidada, conversou com Ricardo Araújo Pereira. Noutro, integrado no 24.º Congreso Internacional de Promoción de la Lectura y el Libro, apresentou-se ao lado de Carlos Polimeni, com quem publicou um livro sobre Julio Cortázar. REP ia desenhando o escritor em tempo real, com o público a acompanhar o processo de criação. O Expresso conversou com ele no stand de Lisboa, e não faltou aquele visitante de passagem que, reconhecendo-o, pediu uma selfie com o seu cartoonista de eleição.
No seu desenho, a palavra tem um lugar. Como chegou a esse equilíbrio que hoje define a sua personalidade como ilustrador?
Isto da palavra é curioso, porque eu escolhi o desenho justamente para não falar, para deixar que os desenhos falassem por mim. No início, fazia desenhos mudos, sem me dar conta de que essa era a forma de exercitar o ofício do ilustrador – ou seja, de dizer com o desenho tudo o que houvesse para dizer. Com a passagem do tempo, comecei a introduzir palavras. E hoje, que já domino a parte gráfica e a imagem, digamos, tornei-me um profundo defensor da palavra. Dou uma importância enorme à conquista de vocabulário no meu ofício.
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