O dia em que 151 miúdos do liceu foram presos no Hospital de Santa Maria: alguns esconderam-se na morgue e outros comeram papel
“Portugal era um país escuro”, onde a polícia rapava o cabelo aos rapazes para os humilhar e, nos liceus femininos, as raparigas chegaram a ser sujeitas à medição da altura das saias antes do início das aulas, todos os dias: a mini saia era moda, todas usavam saias curtas… e isso era era visto como um ato de rebeldia. Para contar como foi a prisão de 151 estudantes do ensino secundário a poucos meses do 25 de Abril, inaugura-se esta segunda-feira, em Grândola, a exposição “Há Sempre Alguém que Diz Não” sobre a revolta dos “intrépidos adolescentes” que lutaram nas ruas e nos liceus pelo direito à reunião, à informação, e a coisas tão simples como vestirem-se como queriam. Estamos na contagem decrescente para os 50 anos da revolução dos cravos. Falta, precisamente, um mês