Por norma, são os historiadores que desfazem os filmes que ficcionam em excesso a História. No caso de “Napoleão”, de Ridley Scott, nos cinemas desde a semana passada, a tradição inverteu-se. Talvez preventivamente, talvez inspirado na húbris do seu anti-herói, o realizador hostilizou abertamente os especialistas na era napoleónica, assim como o país que o teve como imperador. “Nem os franceses gostam deles próprios”, ironizou. “Quando tenho um problema com um historiador, pergunto-lhe: ‘Desculpa lá, pá, estavas lá? Não, pois não? Então, cala-te.’”
Para um cavaleiro condecorado por Isabel II, sir Ridley parece ter perdido a elegância aos 85. A sua vasta obra — “Gladiador”, “Alien”, “Blade Runner” — não perde grandeza por isso. Mas “Napoleão” — o filme — e Napoleão — a figura — sofrem em igual medida durante as quase três horas de sessão.
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