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“Não sou escritora, fui um bocado repórter da minha própria vida.” Assim fala Maria Antónia Palla, que lança novo livro aos 88 anos

“Não sou escritora, fui um bocado repórter da minha própria vida.” Assim fala Maria Antónia Palla, que lança novo livro aos 88 anos
Tiago Miranda

Gosta da liberdade como se este bem maior a tivesse nanado e embalado, de contar histórias, de perceber os problemas das mulheres, para melhor poder explicá-los e defendê-las. Por esta razão (ou também por esta), é das mais marcantes jornalistas portuguesas da sua geração. Feminista desde muito cedo, acredita no amor e na amizade, teve três casamentos e nunca esqueceu o que tanto lhe repetiu a avó Amélia em criança: “Se queres ser livre, tens de ter o teu próprio dinheiro”. Perto dos 88 anos desafiaram-na para escrever um autorretrato num pequeno livro intitulado “Relógio de Cuco”, que é apresentado esta quinta-feira em Lisboa. Maria Antónia Palla nas suas palavras e à conversa com o Expresso

Maria Antónia de Assis dos Santos (Costa do primeiro casamento e Palla do segundo, apelido com que se firmaria no jornalismo) evoca os avós paternos com a mesma paixão que estes dedicaram à menina nascida numa família onde tradicionalmente abundavam os rapazes: Fala-se pouco da importância de crescer numa família laica e republicana, mas fez muita diferença, foi uma das primeiras coisas que disse ao Expresso no início da conversa sobre o livro Relógio de Cuco, segundo volume da coleção Autorretratos, que homenageia mulheres portuguesas que se destacaram na luta pela liberdade e pelos direitos humanos e, em particular, das mulheres.

O título desta breve história autobiográfica, escrita durante a pandemia, mais não é do que a memória do medidor de tempo que existia em casa dos bisavós do primeiro-ministro António Costa.

A incansável feminista e jornalista Maria Antónia Palla é, antes do mais, uma mulher que lutou pela liberdade e pelas causas em que acredita. É também a mãe de um menino que nasceu em julho de 1961 e que tem hoje uma vida muito atarefada, por ser chefe do Governo: Agora vejo-o pouco, desabafa, naquele tom próprio das mães octogenárias. Mas o rosto ilumina-se-lhe quando fala de um miúdo muito esperto e desembaraçado. Falávamos sobre tudo, bem quase tudo”, assegura.

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