Cultura

Séries do ano (artigo 2): “Big Little Lies” e outras meias verdades de Nicole Kidman e companhia

Séries do ano (artigo 2): “Big Little Lies” e outras meias verdades de Nicole Kidman e companhia
O romance de Liane Moriarty transformou-se em minissérie e o sucesso da produção já pôs em marcha uma segunda temporada. Nesta semana de Natal e depois na de Ano Novo, revisitamos as melhores séries de 2017 e antecipamos as que vão dar que falar em 2018
Séries do ano (artigo 2): “Big Little Lies” e outras meias verdades de Nicole Kidman e companhia

João Miguel Salvador

Coordenador digital

O que é que se pode esperar quando Reese Witherspoon, Nicole Kidman, Shailene Woodley e Laura Dern se reúnem na mesma produção? E se isso acontecer numa série de televisão realizada por Jean-Marc Vallée? Pode esperar-se mesmo tudo, mesmo que a vida destas mulheres pareça quase vulgar. Não o é e “Big Little Lies” (transmitido pelo TVSéries) mostrou que o número limitado de episódios pode mesmo ser uma vantagem. Nicole Kidman já tinha dito, em declarações enviadas ao Expresso, que a ideia era fazer “um filme de sete ou oito horas, para que a experiência se mantivesse com uma qualidade cinematográfica”. Cumpriu e a história destas mulheres de Monterey, duas horas a sul de São Francisco, cativou.

Mas afinal quem são e o que fazem? Madeline Martha Mackenzie (interpretada por Reese Witherspoon) vive em frente ao mar e a sua principal ocupação é encarregar-se de levar o filho à escola, mas o excesso de tempo fá-la pensar mais na vida dos outros do que na sua. Os ciúmes da nova mulher do ex-marido, uma instrutora de ioga, consomem-na e a inveja da vida da melhor amiga Celeste Wright (Nicole Kidman) não ajuda. Esta é uma antiga advogada de topo casada com um homem mais novo, Perry (Alexander Skarsgård), mas será que o matrimónio é tão perfeito quanto parece? Talvez não seja e Jane Chapman (Shailene Woodley) acabe por descobrir toda a verdade. A jovem mãe solteira — com um passado sombrio e um filho que deixa todos inquietos — é a nova aquisição de Madeline e Celeste, que a aceitam no seu grupo contra a vontade de Renata Klein (Laura Dern).

Em pouco tempo, as festas, o jogging e os romances foram substituídos pelos interrogatórios, pelas fugas à verdade e pelas acusações de parte a parte. A calma não podia durar para sempre e os segredos e mentiras destas vidas de fachada haviam de ser descobertos.

“Big Little Lies” marcou o regresso de Nicole Kidman à televisão — a atriz não entrava numa série desde 1989, em “Regresso a Banguecoque” e agora é também produtora-executiva — e quando a australiana começou a desenvolver o projeto deixou logo no ar a possibilidade de seguir caminho no pequeno ecrã. Segundo Kidman, “os atores estão todos à procura de grandes histórias e de grandes oportunidades” e hoje a televisão de qualidade “permite alcançar muitas pessoas de forma direta”.

O sucesso dos primeiros episódios levou a que a produção de uma segunda temporada de “Big Little Lies” no próximo ano fosse garantida pela HBO. Agora a dificuldade está apenas na gestão das agendas das estrelas da série, que parecem estar a fazer tudo o que está ao seu alcance para que tudo se conjugue. É o caso de Reese Witherspoon, que está a desenvolver um programa para a Apple com Jennifer Aniston mas que já cancelou a sua entrada no filme “Pale Blue Dot”, que teria de ser filmado também na primavera.

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