Aqui não pode falhar nada
Os protagonistas de “Marvel — Os Defensores” explicam o que está em causa na série que junta o Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e o Punho de Ferro. Todos os episódios ficam disponíveis esta sexta-feira na Netflix
Os protagonistas de “Marvel — Os Defensores” explicam o que está em causa na série que junta o Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e o Punho de Ferro. Todos os episódios ficam disponíveis esta sexta-feira na Netflix
Coordenador digital
Falar sobre super-heróis não é tarefa fácil, mas mais difícil do que descrevê-los será interpretá-los. O olhar clínico daqueles que seguem as personagens da banda desenhada (e as veem agora a renascer na televisão) não falha e basta um pequeno erro para que tudo seja deitado a perder. Uma expressão demasiado solta, um olhar mais comprometido ou uma expressão corporal menos conseguida são o suficiente para desacreditar toda a produção e levar série a perder a sua magia.
Não será o caso em “Marvel — Os Defensores”, a série que junta os protagonistas de “Demolidor”, “Jessica Jones”, “Luke Cage” e “Punho de Ferro” numa luta pela salvação de Nova Iorque. O Expresso, que acompanhou as gravações das três primeiras séries nos estúdios descaracterizados da Marvel Television em Londres, testemunhou que tudo é pensado ao pormenor para que nada falhe. Há regras a cumprir para que se chegue ao final do dia de filmagens com a checklist completa e a sensação de dever cumprido. Em “Os Defensores”, a série que volta a juntar a Netflix à Marvel, é também disso que se trata, de defender uma história que faz também parte da história da banda desenhada.
Depois das séries autónomas, em que se ficou a conhecer a história das quatro personagens —aconselhamos o visionamento de “Demolidor”, “Jessica Jones”, “Luke Cage” e “Punho de Ferro” antes de “Os Defensores —, é tempo de se assistir à reunião dos quatro super-heróis nova-iorquinos no mesmo espaço. Para os atores, trata-se do cumprir de um sonho que já é alimentado há muito (desde que se anunciou a primeira série que se julgava possível dar continuidade ao universo Marvel no serviço de streaming), mas que só agora se tornou real.
Quando se fala de uma série como esta, há que ter em linha de conta que as narrativas em causa são várias e que cada ator sentiu “Os Defensores” à sua maneira. As descrições até podem ajudar, mas não haverá alguém ninguém do que quem deu corpo às personagens para as descrever. Em declarações disponibilizadas ao Expresso, e que completam as notas da produção norte-americana, os protagonistas explicam o que sentiram e como foi o ambiente no decorrer da construção da série. Na verdade, até pode ter sido mais leve do que quando atuavam a solo.
“Nos dias em que estávamos todos juntos, não paramos de rir”, explica Krysten Ritter (Jessica Jones), explicando que além de mais divertido “havia muito menos pressão ao existirem quatro protagonistas” em vez de apenas um, como lhe aconteceu quando interpretava a protagonista de “Jessica Jones” na série autónoma sobre a super-heroína da Marvel. Aqui, teve também tempo para ser fã. “Eu estava realmente contente, ao ler cenas em que eu não estava presente”, lembra-se, mas não foi a única a sentir-se assim. Também Charlie Cox, que dá vida a Matt Murdock/Demolidor e que não teve “nada que ver com os ‘Jessica Jones’, ‘Luke Cage’ e ‘Punho de Ferro’”, se sentiu entusiasmado com a produção.
“Quando a Jessica conhece Matt Murdock, ela não faz a menor ideia de quem ele é ou daquilo em que possa estar envolvido”, explica a atriz de outros sucessos televisivos como “Breaking Bad” ou “Don't Trust the Bitch in Apt 23”, adiantando que a sua personagem “rapidamente fará a sua própria pequena investigação acerca dele”. Se Krysten Ritter se transforma em Jessica Jones pela segunda vez (embora já estejam confirmadas novas temporadas da personagem), o veterano Charlie Cox já está a interpretar Matt Murdock pela terceira vez (e pode também não ficar por aqui). Para ele, “uma das melhores coisas de fazer parte desta equipa Marvel-Netflix foi entender realmente a devoção que existe a estas personagens”, como foram “amadas durante décadas e qual a importância da forma como são tratadas para um grande número de pessoas”. Juntar os universos torna tudo ainda mais especial.
Mike Colter, que interpreta Luke Cage, confirma que em “Os Defensores” “é usada toda a cidade de Nova Iorque” (contrariamente ao que acontecia anteriormente, com as séries a centrarem-se em determinada zona). É como se o facto de a história ser comum também se estendesse à metrópole norte-americana. “À medida que todos nos unimos, torna-se apenas sobre Nova Iorque” e “o foco deixa de estar em cada personagem, passando a ser sobre a jornada deste grupo como um todo”.
Aos três heróis mais conhecidos juntou-se já este ano Danny Rand/Punho de Ferro, e parece ser mesmo ele o maior elo de ligação do grupo. Interpretada por Finn Jones, a personagem é aquela que estaria mais aberta a uma união, à criação de um grupo de super-heróis. “Ele está à procura de amizade, de estabilidade e de orientação na sua vida, até porque isso é algo que ele nunca teve”, lembra Jones.
Nesta primeira temporada, “Marvel — Os Defensores” conta ainda com a participação de Sigourney Weaver, Elodie Yung, Jessica Henwick, Rosario Dawson, Rachael Taylor, Eka Darville, Elden Henson, Deborah Ann Woll, Scott Glenn, Carrie-Anne Moss e Simone Missick. Com produção executiva de Marco Ramirez (que acumula a função com a de showrunner), Douglas Petrie, Jeph Loeb e Jim Chory, a série de oito episódios tem estreia marcada para esta sexta-feira, data em que todos capítulos estarão disponíveis em streaming no Netflix.
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