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Covid. Onde estamos, como chegámos aqui e o que temos de fazer para não piorar (segundo António Costa)

Covid. Onde estamos, como chegámos aqui e o que temos de fazer para não piorar (segundo António Costa)
MANUEL DE ALMEIDA / Lusa

Admitindo que os contactos do Natal e Ano Novo são inimigos de qualquer estratégia de controlo da pandemia, 2022 começa com uma semana de contenção e mais restrições. “Não estamos tão bem quanto queríamos estar”, aponta o primeiro-ministro

Covid. Onde estamos, como chegámos aqui e o que temos de fazer para não piorar (segundo António Costa)

Isabel Leiria

Jornalista

Confinar é para já um verbo fora do léxico do Governo, que confia na mais alta taxa de vacinação contra a covid-19 na Europa, no processo de reforço das doses em curso e num intensificar de medidas de prevenção e controlo para travar o aumento de infeções que está a acontecer em Portugal, com reflexos já num aumento de internamentos, incluindo nas unidades de cuidados intensivos, e também no número de óbitos.

“Estamos melhor do que a generalidade dos países europeus mas não estamos tão bem quanto queríamos estar”, resumiu António Costa em mais uma conferência de imprensa com a pandemia em pano de fundo.

Os três eixos da nova estratégia de contenção passam essencialmente por: uso de máscara em todos os recintos fechados; obrigatoriedade de apresentação do certificado digital para acesso a mais sítios - restaurantes, hotéis, ginásios (não apenas para aulas de grupo como agora); testes obrigatórios (mesmo no caso de quem está vacinado) para visitas a lares, para entrar em qualquer recinto desportivo (um estádio ou um pavilhão), salas de espetáculos sem lugar marcado e discotecas e bares.

A grave situação que se passa em muitos países europeus obriga ainda a um maior controlo de fronteiras, com a exigência de teste negativo obrigatório para entrada no país e sanções pesadas às companhias aéreas que não o garantirem.

De resto, lembrou António Costa, o controlo da epidemia passa por cada um de nós: na adesão à vacinação, que poderá em breve vir a estender-se também às crianças entre os 5 e os 11 anos, e nas medidas de proteção individual, incluindo um recurso frequente aos autotestes, que devem passar a ser feitos de forma rotineira - por exemplo, antes dos encontros familiares alargados, apelou o primeiro-ministro.

Com a incidência a ultrapassar a linha vermelha dos 240 casos acumulados por 100 mil habitantes a 14 dias e o índice de transmissibilidade em 1,2, o risco de as infeções continuarem a subir de forma expressiva nas próximas semanas é real. E por maior que seja a proteção conferida pelas vacinas, uma subida nas hospitalizações e óbitos será inevitável, como já é visível, ainda que com números que se afastam muitíssimo dos do ano passado. “Estamos a entrar numa fase de maior risco”, alertou Costa.

A 25 de novembro de 2020, Portugal registava 5290 novos casos, 3251 internamentos, 517 dos quais em UCI. Um ano depois e com 87% da sua população vacinada, o país registou neste dia 3150 novos casos, 691 internamentos, 103 em estado mais grave. Quanto aos óbitos, foram 71 a 25 de novembro do ano passado e agora 15.

A semana da contenção

Mas ninguém se esquece do que aconteceu no final do ano passado: “Janeiro de 2022 não pode sequer aproximar-se do que foi janeiro de 2021”, diz Costa. E é por isso que na primeira semana do ano, entre 2 e 9 de janeiro, o tempo não será necessariamente o de “ficar em casa” mas passará por uma contenção forçada dos contactos.

Os alunos de todos os níveis de ensino terão as suas férias do Natal prolongadas e o 2ª período começará a 10 de janeiro e não a 3 como previsto no calendário escolar. Os cinco dias de férias adicionais serão compensados na pausa do Carnaval e da Páscoa. Quanto aos apoios para os pais que vão ter estar em casa com os filhos, vão ser retomados. Centros de atividades de tempos livres e creches também fecham.

O teletrabalho passa de recomendado a obrigatório nessa semana e bares e discotecas fecham portas. Para os bares e discotecas está garantida uma compensação.

638 mil crianças poderão ser vacinadas

Além do processo de reforço da vacinação em curso – neste momento mais de 900 mil pessoas já tomaram mais uma dose -, António Costa também garantiu que o país já assegurou a compra de vacinas pediátricas à Pfizer (para as crianças entre os 5 e os 11 anos) e que o primeiro lote chegará a 20 de dezembro. Até ao final do ano, Portugal deve receber 300 mil vacinas e em janeiro mais 462 mil. O universo de crianças elegíveis aproxima-se das 638 mil.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ILeiria@expresso.impresa.pt

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