Coronavírus

Covid-19: Portugal já atingiu 70% da população com a vacinação completa. Marta Temido admite alívio antecipado das medidas

Marta Temido
Marta Temido
ANTÓNIO COTRIM

Em entrevista à SIC, a governante admitiu que já era "expectável" que tal acontecesse neste momento - e algumas semanas antes do previsto. Ainda assim, Temido pede cautela para manter a pandemia sob controlo. E indica: ainda não estão tomadas decisões sobre a necessidade de uma terceira dose e sobre o fim do uso de máscara na rua

Portugal atingiu os 70% de população com a vacinação completa contra a covid-19, revelou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido. O cumprimento da meta foi alcançado umas semanas antes do prazo fixado pela task force da vacinação.

Em entrevista à SIC, a governante admitiu que já "era expectável que durante esta semana" se atingisse a fasquia dos 70% e sublinhou que a confirmação foi dada esta quinta-feira pela equipa coordenadora do plano de vacinação, liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo.

Assim, Marta Temido acredita que é possível atingir a próxima meta da vacinação contra a covid-19 - ter 85% da população totalmente protegida - antes do esperado. Se isso acontecer, diz, o processo de regresso à normalidade irá continuar: “Se assim for, olharemos para a realidade. As restrições foram sempre proporcionais. Se pudermos avançar com o alívio das medidas, assim o faremos."

Marta Temido, a ministra da Saúde
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O Governo já tinha apontado para um alívio das medidas em vigor quando o país chegasse à meta dos 70%, mas Marta Temido sublinha: é necessário ter em conta outros indicadores, como o nível de incidência e o Rt, antes de ser tomada qualquer decisão sobre o avanço para a segunda fase do desconfinamento. “Amanhã [sexta-feira] vamos conhecer esses indicadores. Há uma reunião do Conselho de Ministros agendada para de hoje a uma semana [próxima quinta-feira], mas uma alteração de circunstâncias deste tipo pode motivar uma reunião extraordinária. (…) Os portugueses trabalharam para isso”, afirma.

Devido à variante Delta, atualmente dominante no país, Marta Temido pede prudência: “Estamos numa situação de estabilidade de números de novos casos de infetados. É uma situação distinta de junho, julho. Mas estamos num planalto alto. Isso justifica que mantenhamos a precaução."

Decisão sobre terceira dose ainda não está tomada

Esta ideia de precaução está patente também neste ponto: o fim da obrigação do uso de máscara na via pública. Marta Temido diz que o seu uso “terá de ser sempre conciliado com as circunstâncias". “É preciso que todos consideremos os nossos atos enquanto vivermos em pandemia", acrescenta, garantindo porém que "ao ar livre, o distanciamento é barreira suficiente". Além disso, recorda a ministra, a apreciação sobre o eventual fim da medida cabe à Assembleia da República.

Quanto à discussão relacionada com uma eventual terceira dose da vacina, a governante apoia-se na ciência: as autoridades de saúde e o Governo estão a aguardar as orientações da Agência Europeia do Medicamento. No entanto, Temido sublinha: os estudos serológicos nos lares de idosos, que têm como objetivo avaliar a resposta imunitária e estão atualmente a decorrer, não serão a única base para tomar uma decisão sobre a terceira dose.

Marta Temido falou ainda sobre a falha de refrigeração do centro de vacinação do Queimódromo do Porto: disse que as pessoas vacinadas estão a ser seguidas, e que a análise de farmacovigilância vai indicar se as pessoas que receberam a vacina neste centro do Porto devem ser vacinadas novamente ou não. "Apesar de as condições não terem sido as ideais, podem ainda estar no patamar de segurança", apontou a ministra.

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