Coronavírus

“Decidi não renovar o estado de emergência”: leia e veja aqui na íntegra a mensagem de Marcelo ao país

“Decidi não renovar o estado de emergência”: leia e veja aqui na íntegra a mensagem de Marcelo ao país
RUI OCHOA/ Presidência da República/ Lusa

O Presidente anunciou que não renovou o estado de emergência, uma decisão tomada com base na confiança, e deixa em aberto a possibilidade de recuar caso seja necessário e se a situação pandémica se agravar

Portugueses, ouvidos hoje de manhã os especialistas, à tarde os partidos com assento na Assembleia da República e, naturalmente, ao longo destas semanas, o Governo; tudo visto e ponderado, decidi não renovar o estado de emergência.

Nesta decisão pesou a estabilização e até a descida do número médio de mortes, de internados em enfermaria e em cuidados intensivos. Assim como a redução do R, indicador de contágio, assim como a estabilização do número de infetados, ou seja, a incidência da pandemia. Pesou também o avanço em testes e, ainda mais importante, em vacinação, que saúdo e incentivo. Pesou o já ter decorrido mais de um mês sobre a Páscoa a primeira abertura das aulas e mais de três semanas sobre a segunda abertura das escolas. Pesou ainda o que significa o consistente e disciplinado sacrifício de milhões de portugueses desde novembro, mais intensamente desde janeiro e também como sinal de esperança mobilizadora para um mundo que nos espera a todos - na vida e na saúde, na economia e na sociedade.

Portugueses, é bom que, no entanto, fique claro aquilo que têm dito os especialistas neste domínio: que passamos uma fase que era a de ver ao fundo do túnel para termos uma luminosidade crescente no dia a dia. Não estamos, no entanto, numa época livre de covid, livre de vírus, podemos infetar os nossos contactos e permitir que a doença continue a transmitir-se. Enfrentamos ademais o risco de novas variantes menos controláveis pela vacina à medida que se multiplicam os contatos e as infecções. Tudo isto justifica uma preocupação preventiva de todos nós. Cada passo é um passo baseado na confiança coletiva e temos de poder contar, nas palavras de uma especialista, com cada um de nós. Este é aliás o momento para agradecer aos especialistas, nomeadamente, aos epidemiologistas e aos escultores da saúde pública, que juntaram a sua dedicação a todo o incansável pessoal de saúde, os mais heróis dos heróis de toda esta pandemia.

O passo por mim hoje dado é baseado na confiança, numa confiança que tem de ser observada por cada um de nós e, por isso mesmo, sem estado de emergência, como tem feito - e bem - o Governo e como o senhor primeiro-ministro tem tornado claro nas suas intervenções, há que manter ou adotar todas as medidas consideradas indispensáveis para impedir recuos, retrocessos, regressos a um passado que não desejamos. E eu acrescento que, se necessário for, não hesitarei em avançar com um novo estado de emergência, se o presente passo não deparar ou não puder deparar com a resposta baseada na confiança essencial para todos nós.

Portugueses, estou-vos grato por este ano e dois meses de corajosa e, como disse, disciplinada resistência. Sei que cada abertura implica mais responsabilidade e que os próximos tempos serão ainda muito exigentes. Eu acredito na vossa sensatez e solidariedade numa luta que é de todos. E nessa luta temos de poder contar com cada um de nós. Eu digo mais: cada português conta e vai contar, porque cada português sabe que é Portugal.

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