Coronavírus

Covid-19. Fornecedores sem stock de seringas que extraem a sexta dose das vacinas

Covid-19. Fornecedores sem stock de seringas que extraem a sexta dose das vacinas
LEE SMITH/REUTERS

São mais pequenas do que as normais e, por isso, simplificam a extração da sexta dose dos frascos. A denúncia é feita pelos profissionais de saúde, os fornecedores queixam-se de que os fabricantes não estão a fazer entregas

Há falhas no stock de seringas e agulhas adequadas à vacinação contra a covid-19 e que permitem extrair dos frascos uma sexta dose. A denúncia, avançada esta sexta-feira pelo Observador, surge por parte dos profissionais de saúde, empresas fornecedoras e pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo. No entanto, a falta de material é negada pelas administrações regionais do Norte de Lisboa e Vale do Tejo.

O presidente da Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar e médico de Medicina Geral e Familiar, Diogo Urjais, diz não ter explicação para a falta de stock das chamadas “seringas de insulina”, que são mais pequenas do que o normal e permitem retirar com maior eficácia e facilidade a sexta dose dos frascos.

O Ministério da Saúde não confirma a situação e deixa apenas a garantia, segundo o Observador, de que na compra das seringas e agulhas estão a ser “tidos em conta os requisitos e especificações das agulhas e seringas mais recentemente indicados no RCM [Resumo das Características do Medicamento] desta vacina”.

Ora, o RCM, publicado pela Agência Europeia do Medicamento, define que “para extrair seis doses de um único frasco para injetáveis, devem ser utilizadas seringas e/ou agulhas de baixo volume morto. A combinação de seringa e agulha deve ter um volume morto não superior a 35 microlitros”.

As falhas nas entregas são, no entanto, confirmadas por pelo menos uma das empresas que fornece estes materiais ao Serviço Nacional de Saúde. Ao Observador, Silvino Sousa, sócio-gerente da Normax, diz que tem recebido vários pedidos destas seringas mais pequenas, que já vendeu tudo o que tinha em stock e que o fabricante não está a cumprir com as entregas.

Estas seringas de um mililitro nunca tiveram muita procura e, por isso, havia pouca produção. Com a covid-19 e a necessidade de extrair a sexta dose, começou a corrida. Além das conhecidas como “seringas de insulina”, há também no mercado as “seringas de tuberculina” - ambas com escalas mais adequadas para esta vacinação. “Destas, de insulina, tinha um milhão e tal, mas já não tenho mais. E só chegam mais em maio”, diz ao Observador o empresário.

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