As juntas de freguesia receberam nos últimos dias um e-mail do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com indicações sobre as votações das próximas eleições presidenciais, pedindo às respetivas juntas para informarem os idosos sobre "o direito de sufrágio sem carecer de quarentena ou outras medidas", caso a deslocação até às mesas de voto seja "assegurada de modo a garantir que não são assumidos comportamentos de risco".
Segundo o "Público", o CNE decidiu que "estes eleitores têm prioridade sobre os demais", considerando também "que as deslocações sejam concertadas por intermédio das juntas para coincidirem com momentos de menor afluência".
Do lado das associações surgem dúvidas e comparações entre o voto e a época de Natal. "Se não podemos deixar os residentes sair para comerem a ceia de Natal, podemos deixá-los sair para ir votar", questionou Rui Fontes, presidente da Associação Amigos de Idade Maior.
Já Teresa Martins, investigadora no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar sobre participação cívica e política na velhice, sugere a criação de um regime especial que leve as mesas de voto aos lares, à semelhança daquilo que acontece nos hospitais e nas prisões. "As pessoas inscreviam-se e as entidades competentes iriam aos lares com a listagem de inscritos", explicou.
No entanto, "não há legislação nesse sentido", alertou o CNE, acrescentando que "se as juntas e os lares arranjarem maneira de transportar as pessoas em condições de segurança, não há razões para não votarem".
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