Ser mais barata e mais fácil de conservar – logo, também de transportar - são duas das vantagens associadas à vacina da Oxford/AstraZeneca contra a covid-19, cuja aprovação o Reino Unido anunciou esta quarta-feira. Considerada um poderoso aliado do programa de vacinação no país e a grande esperança para a vacinação global, o seu desenvolvimento seguiu também um caminho diferente do processo usado quer pela Pfizer/BioNTech quer pela Moderna.
Tanto a proposta de vacina da Pfizer/BioNTech como a da Moderna têm por base a manipulação de moléculas de RNA (sigla inglesa para o ácido ribonucleico), a base também do SARS-CoV-2. Usam a chamada técnica do RNA mensageiro, que envolve a administração de uma cópia manipulada do RNA do novo coronavírus, para que o organismo reaja ao invasor, gerando proteínas de defesa e anticorpos específicos para o neutralizar. Estas proteínas têm a função de impedir a proteína S do vírus de cumprir a sua função, que é unir-se às células humanas para produzir milhares de cópias dele.
Ao mesmo tempo, o agente infecioso recebe um sinal de que as células já estarão infetadas, o que o torna menos agressivo.
A proposta Oxford/AstraZeneca recorre, por outro lado, a um adenovírus de símio, como explicou ao Expresso José Miguel Azevedo Pereira, professor e investigador da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa na área da virologia.
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