A pandemia tornou os movimentos anti-vacinas mais pujantes, e a isso juntou-se um fator único da covid-19: a ciência está a ser feita em direto, a corrida está rápida, a informação é muita, a urgência também. Num inquérito feito a mais de 13.400 pessoas de 19 países (incluindo China, Brasil e Espanha, mas não Portugal) sobre a aceitação global da vacina, 71,5% das pessoas disseram que iriam aceitar tomá-la se ela se provasse segura e o governo assim recomendasse.
Pode parecer uma percentagem robusta, mas os autores do trabalho publicado em outubro na "Nature Medicine" avisam: “Os governos e as autoridades de saúde devem estar preparados para lidarem com hesitação para com a vacina e construírem literacia sobre o tema, para que a população aceite a imunização quando for apropriado. Ativistas anti-vacinas já estão a fazer campanha em todo o mundo contra a necessidade de uma vacina, com alguns a negarem totalmente a existência da covid-19. A desinformação a espalhar-se por vários canais pode ter um efeito considerável na aceitação da vacina para a covid-19. O ritmo rápido com que a vacina está a ser desenvolvida aumenta a ansiedade popular e pode comprometer a aceitação.”
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