Na sequência das medidas anunciadas este sábado após o Conselho de Ministros, o Gabinete de Crise para a covid-19 da Ordem dos Médicos pede ao Governo que equacione a possibilidade de manter as restrições de circulação entre concelhos nos 12 dias das duas pontes, ou seja, desde as 23h do dia 27 de novembro até às 5h de 09 de dezembro, mantendo as exceções já previstas.
Em comunicado, a Ordem expressa “preocupação pelo aparecimento de sinais crescentes de saturação e fadiga pandémica na população portuguesa e de outros países europeus”, e teme que isto leve a uma eventual “menor adesão” às medidas necessárias nesta fase. Por isso, garante que é essencial “reforçar a necessidade de simplicidade, clareza, coerência e uniformidade nas medidas a implementar e no esclarecimento da população, essencial ao seu envolvimento”.
Relembrando que o atual modelo de zonas de diferenciação já podia ter sido aplicado, tal como o ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control) já faz há vários meses, o Gabinete de Crise da Ordem reitera que é necessário o “reforço de recursos humanos e técnicos”, bem como uma “efetiva coordenação a nível nacional das camas de internamento em enfermaria e medicina intensiva.”
Apontam também para a utilização generalizada de Testes Rápidos de Antigénio (TRAg) nos doentes sintomáticos que recorram às Áreas Dedicadas para Doentes Respiratórios nos centros de saúde, deixando os testes PCR para casos negativos “com forte suspeita clínica.” “Os ganhos significativos de tempo com a utilização dos TRAg permitem um controlo imediato de focos de infeção e respetivos contactos”, argumentam. Os testes rápidos deveriam também ser usados no “rastreio de populações em zonas de risco extremamente elevado (>960) e com variação semanal crescente” de casos”, acrescentam também.
Por último, a Ordem dos Médicos sublinha que é essencial “impedir a acumulação de mais inquéritos em atraso”, e por isso o Governo deve reforçar “as equipas no terreno” que estão a fazer inquéritos epidemiológicos - com “profissionais de saúde devidamente habilitados” - “e concentrar os recursos nos novos casos”. “Relembramos que para esmagarmos a 2.ª onda e salvarmos a saúde e a economia nacionais, todos, coletivamente, e cada um de nós, individualmente, somos indispensáveis para com serenidade e responsabilidade enfrentarmos e vencermos esta ameaça global”, reforça ainda a nota.
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