Coronavírus

Covid. Hospitais Santa Maria e Pulido Valente suspendem cirurgias não prioritárias

Covid. Hospitais Santa Maria e Pulido Valente suspendem cirurgias não prioritárias
MÁRIO CRUZ

Decisão faz parte do plano de contingência do Centro Hospitalar de Lisboa Norte

O Hospital de Santa Maria e o Hospital Pulido Valente, em Lisboa, anunciaram esta quarta-feira que vão suspender as "atividades não urgentes e não prioritárias", nomeadamente no que diz respeito às cirurgias. Numa circular que fez chegar à redação da SIC, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, que integra as duas unidades, informa que se mantêm as restantes cirurgias, como as prioritárias e de ambulatório, as consultas presenciais e hospitais de dia.

De acordo com o documento, a administração indica que "devem ser desde já revistas as programações já efetuadas e adaptadas as planificações que doravante sejam realizadas".

O Hospital de Santa Maria é o maior hospital do país. A decisão faz parte do plano de contingência do centro hospitalar devido à necessidade de vagas para internamento de doentes covid.

Em declarações à TSF, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Daniel Ferro, disse que esta suspensão pode demorar três semanas ou dois meses, dependendo da evolução da situação.

"O ritmo da infeção, as necessidades que decorrem da infeção é uma dinâmica que depende não apenas dos sistemas de saúde, mas da atitude da população face à pandemia", disse.

Autorização do Ministério da Saúde

Os hospitais sob maior pressão podem ter de suspender a atividade não urgente para garantir resposta aos doentes com covid-19.

O Ministério da Saúde já tinha emitido um despacho em que autorizava os hospitais a fazê-lo durante o mês de novembro e, com a pressão a aumentar, essa pode ser a solução para algumas instituições. É uma decisão que a comunidade médica queria evitar, depois de terem ficado por realizar milhares de atos médicos durante a primeira vaga.

A Ordem dos Médicos e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares pedem uma maior coordenação entre hospitais para libertar camas e transferir doentes zonas menos pressionadas pela pandemia.

Pressão nos hospitais de Lisboa e Alentejo

Esta segunda-feira o número de internamentos em todo o país ultrapassou os 3 mil, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde. A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares antecipa um cenário ainda menos animador para o final da semana, com 4500 pessoas internadas, 605 nas unidades de cuidados intensivos.

A pressão deverá sentir-se sobretudo no Norte, onde o número de novos casos mais aumenta, mas também em Lisboa e Vale do Tejo e no Alentejo.

Pressão nos hospitais da região Centro

Na região centro do país, começa a aumentar a pressão nos dois maiores hospitais. Coimbra e Viseu juntos têm mais de 230 doentes internados, 27 dos quais em cuidados intensivos e nos dois os recursos humanos estão no limite.

Os dois maiores hospitais da região Centro do país começam a sentir os efeitos do crescimento do número de infetados com covid-19. Tanto o Centro Hospitalar de Viseu como o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra receberam nas últimas semanas doentes vindos dos hospitais a norte do país sem resposta para tantos casos covid.

Notícia atualizada às 8h de 19/11, com declarações do presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte

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