Mais simples, mais barato e menos invasivo. Um novo teste que utiliza a saliva para determinar se alguém está infetado com o novo coronavírus foi autorizado este fim-de-semana pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos.
Desenvolvido por cientistas da Escola de Saúde Pública de Yale, o método é apresentado como uma solução para resolver o problema da baixa testagem da população em alguns países, nomeadamente naqueles onde faltam profissionais com formação para fazer os testes convencionais, ou onde escasseiam reagentes químicos e swaps (espécie de cotonete de haste longa, usado para as recolhas na faringe).
O SalivaDirect está apto para pessoas com ou sem os sintomas da covid-19, é indolor e, segundo foi explicado, permite obter resultados em menos de 24 horas. Os dados analisados até agora permitem concluir que este novo tipo de teste produz resultados semelhantes aos mais invasivos, que têm estado a ser usados em todo o mundo.
Pedida com urgência, a autorização concedida pela entidade competente, a FDA, permite que o método fique disponível para aplicação imediata em vários laboratórios, podendo rapidamente ser usado em todo o país. O protocolo para aplicação do teste será cedido aos laboratórios gratuitamente.
De acordo com a metodologia, as amostras recolhidas são misturadas numa solução química que é aquecida para libertar o material genético do vírus. Para os cientistas que o desenvolveram, outra das vantagens é o facto de o método ter sido validado com reagentes e instrumentos obtidos através de vários fornecedores, flexibilidade que assegura a realização dos testes mesmo no caso de algum fornecedor ter quebra de stocks, como aconteceu no início da pandemia.
Numa referência aos custos, Nathan Grubaugh, professor assistente em Yale e elemento da equipa que liderou o projeto, adiantou que um dos objetivos era chegar a um teste barato. A expectativa é que os laboratórios não cobrem mais de 10 dólares (pouco mais de oito euros) por amostra.
“Se alternativas baratas puderem ser implementadas em todo o país, podemos finalmente ter um controlo sobre esta pandemia, mesmo antes de uma vacina”, afirmou.
O SalivaDirect é o quinto teste autorizado pela FDA que utiliza a saliva como amostra. Para os necessários estudos de validação, Yale contou com a colaboração da NBA e da Associação Nacional de Jogadores de Basquetebol dos EUA, que facultaram aos cientistas as amostras de jogadores e funcionários.
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