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Coronavírus

Lusodescendentes a viver nos EUA precisam de ajuda com a pandemia

Lusodescendentes a viver nos EUA precisam de ajuda com a pandemia
Getty Images

Falta de domínio da língua inglesa e má compreensão por parte dos norte-americanos dificultam os tratamentos de quem fala português nos Estados Unidos. Uma situação que se agrava agora com o surto pandémico

Médico, nascido nos Açores e a viver nos Estados Unidos desde que tem sete anos, Carlos Pavão é atualmente professor na Georgia State University. Como outros lusodescendentes naquele país, sente-se mais à vontade a falar em inglês do que em português, mas exprime-se bem na língua materna e é essa facilidade que nem todos conseguem. Por isso e por constatar que muitas pessoas não estão a compreender o que se passa durante a pandemia de covid-19, decidiu escrever um livro sobre as disparidades e as dificuldades sentidas pelos descendentes de portugueses e ainda pelos imigrantes brasileiros e cabo-verdianos no país de Donald Trump. "Desde 1970 até agora existirão apenas cerca de cinco dezenas de artigos científicos específicos sobre estas comunidades, é muito pouco, é preciso mais", alerta este médico que agarrou o desafio.

"A língua é um grande obstáculo para ter bons cuidados de saúde nos Estados Unidos. Os americanos olham para estas comunidades como se fossem uma só e não são. Classificam os portugueses como hispânicos e os brasileiros e os cabo-verdianos como se fossem afrodescendentes, o que dificulta muito a obtenção de informações estatísticas sobre as suas condições de saúde", explica Carlos Pavão ao Expresso. "Não sabemos com certeza o que se passa com estas pessoas porque são inseridas nas categorias incorretas", explica ainda este professor de Saúde Pública em Atlanta, na Georgia State University. O livro será editado pelo Centro de Estudos e Cultura Portugueses da Universidade de Dartmouth, Massachussetts.

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