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Coronavírus

Assistentes operacionais, a classe esquecida no combate à covid-19: “Não queremos ser heróis. O que dói é tirarem-nos da equação”

Assistentes operacionais, a classe esquecida no combate à covid-19: “Não queremos ser heróis. O que dói é tirarem-nos da equação”
TIAGO MIRANDA

Fazem a cama, higienizam o doente e dão-lhe de comer, entre outras funções. De acordo com os números do Sindicato Independente dos Técnicos Auxiliares de Saúde (SITAS), serão a categoria profissional com mais infetados pela covid-19, mais do que médicos e enfermeiros, mas têm regalias muito inferiores. Queixam-se de serem excluídos do retrato do combate à pandemia e viram-na interromper a luta pelo grande objetivo: a criação de uma carreira profissional

Assistentes operacionais, a classe esquecida no combate à covid-19: “Não queremos ser heróis. O que dói é tirarem-nos da equação”

Fábio Monteiro

Jornalista

Médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. É com base nestas três categorias que a Direção-Geral de Saúde (DGS) contabiliza o número de profissionais clínicos infetados com o novo coronavírus. “Os dados da DGS não estão discriminados por profissão, salvo nas duas primeiras classes. Somos, por isso, incluídos num grupo fantasma. Somos tratados como 'os outros'”, queixa-se Paulo de Carvalho, presidente do Sindicato Independente dos Técnicos Auxiliares de Saúde (SITAS), ao Expresso.

Existem, em Portugal, cerca de 27 mil assistentes operacionais (AO) no Serviço Nacional de Saúde (SNS) – menos quatro mil que o número de médicos (que engloba os internos do último ano de Medicina), de acordo com dados do Ministério da Saúde. São o grupo mais numeroso da categoria dos “outros profissionais de saúde”, assim designados pela DGS, que representa uma amálgama de 45 mil trabalhadores que também inclui técnicos de diagnóstico, administrativos e pessoal de limpeza. Tendo por base os números do Ministério de Saúde, os AO são 60% dessa grande força indiscriminada.

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