Coronavírus

Covid-19. Cientistas italianos detetam o novo coronavírus em partículas de ar poluído no Norte de Itália

Esta foto foi tirada em Bérgamo, mas não é de hoje, é de 9 de março. Agora há ainda menos pessoas nas ruas
Esta foto foi tirada em Bérgamo, mas não é de hoje, é de 9 de março. Agora há ainda menos pessoas nas ruas
epa

Será que o vírus se mantém ativo? E a que distância poderá chegar? Poderá aumentar número de infetados? Investigadores italianos recolheram amostras de ar poluído numa zona urbana e noutra industrial da província de Bérgamo, o epicentro da tragédia italiana

É uma hipótese, uma investigação preliminar. Cientistas italianos detectaram o novo coronavírus em partículas de ar no Norte de Itália, uma das zonas mais poluídas da Europa. Falta saber, entre outras coisas, se o vírus se mantém ativo nessas partículas e se é transportado em doses suficientes para evoluir para a doença, a covid-19, conta o “The Guardian”.

Será que o vírus pode ser transportado nessas partículas para longas distâncias? Será que pode aumentar o nível de infetados? Estas são algumas das perguntas a que estes cientistas procuram responder. Usaram técnicas standard para recolher as amostras de ar poluído numa zona urbana e noutra industrial da província de Bérgamo, o epicentro da tragédia italiana. Essa deteção de partículas com o novo coronavírus terá sido confirmada por um laboratório independente.

De acordo com o “The Guardian”, não é a primeira vez que um grupo de investigadores sugere ou coloca a hipótese de a poluição poder ser favorável à propagação do novo coronavírus. Desta vez, o estudo pertence à Universidade de Bolonha.

No mesmo artigo, o diário britânico recorda que investigações anteriores mostraram que as partículas de ar poluído alojam micróbios, assumindo ainda que é provável que a poluição tenha feito viajar os vírus que levaram, por exemplo, à gripe aviária e sarampo a distâncias significativas. A hipótese ainda está por ser comprovada cabalmente, testada e validada por pares.

A zona do norte de Itália é das mais poluídas da Europa. Há um mês, sensivelmente, foi noticiado que os níveis de dióxido de azoto (NO2) baixaram em 40% em Milão e noutras zonas do norte de Itália. Também a China, no leste e no centro do país, registava então quebras entre 10 e 30%. O dióxido de azoto é um gás reativo que resulta da queima de combustíveis fósseis a altas temperaturas.

Na altura, a Organização Mundial da Saúde assinalou que o NO2 é um gás tóxico, cuja excessiva concentração “pode provocar inflamações significativas nas vias aéreas”. Naquele momento, a 23 de março, já se tinha em mente descobrir se as partículas de poluição transportadas pelo ar podiam ou não contribuir para espalhar o novo vírus e torná-lo mais agressivo.

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