Coronavírus

Escritor chileno Luis Sepúlveda morre aos 70 anos com covid-19

Luís Sepúlveda
Luís Sepúlveda
Daniel Mordzinski

O escritor chileno, que participou há dois meses no festival literário Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, estava internado no Hospital Universitário Central das Astúrias, em Oviedo, desde 29 de fevereiro

Luis Sepúlveda morreu esta quinta-feira, em Oviedo, com covid-19, confirma a agência de notícias Efe. Tinha 70 anos.

O escritor chileno, que vivia em Gijón, em Espanha, estava internado no Hospital Universitário Central das Astúrias, em Oviedo, desde 29 de fevereiro. Foi o primeiro a ser diagnosticado com covid-19 nas Astúrias.

Antes do internamento, Sepúlveda deslocou-se ao Sanatorio Covadonga de Gijón, uma unidade hospitalar privada local. No dia seguinte foi então transferido para Oviedo, com sintomas de pneumonia que revelariam mais tarde ser covid-19, conta o diário chileno “El Comercio”.

Poucos dias antes, o escritor esteve na Póvoa de Varzim, para o festival Correntes d’Escritas, ao qual quase não falhou em 21 edições. Com ele viajaram a escritora e mulher Carmen Yáñez e o amigo Miguel Rojo. Nenhum ficou infetado com o novo coronavírus.

No primeiro dia de março, quando foi noticiado que Luis Sepúlveda estava infetado com covid-19, o Expresso ouviu a organização do festival literário português onde o escritor estivera. “O Luis já estava bastante constipado quando nos despedimos”, disse então Manuela Ribeiro, um elemento da organização do festival, que se dizia “apanhada de surpresa” pela situação.

Na altura, a mulher do escritor assegurava que os primeiros sintomas surgiram depois de terem regressado de Portugal, onde estiveram entre 18 e 23 de fevereiro.

Escritor, guionista, jornalista e ativista político

Luis Sepúlveda nasceu em Ovalle, no Chile, em 1949. “O seu pai era militante do Partido Comunista e proprietário de um restaurante. A mãe era enfermeira e tinha origem mapuche”, pode ler-se na página do autor a Porto Editora, que edita a obra do chileno em Portugal. “Cresceu no bairro San Miguel de Santiago e estudou no Instituto Nacional, onde começou a escrever por influência de uma professora de História.”

O escritor, que também foi guionista, jornalista e ativista político, encheu muitas páginas de livros que ajudam a encher muitas estantes. Entre outros tantos, Sepúlveda escreveu “O velho que lia romances de amor”, “História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”, “Mundo do fim do mundo” e “Patagónia Express”.

Numa nota enviada às redações, a Porto Editora escreve: “À família e aos amigos de ‘Lucho’ (como carinhosamente era tratado) e a todos os seus leitores endereçamos as mais sinceras e sentidas condolências por tão grandes perda”.

Luís Sepúlveda vendeu mais de 18 milhões de exemplares em todo o mundo e as suas obras estão traduzidas em mais de 60 idiomas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: htsilva@expresso.impresa.pt

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