Coronavírus

Empresas portuguesas preparadas para começar a produzir máscaras comunitárias “já esta semana”

Empresas portuguesas preparadas para começar a produzir máscaras comunitárias “já esta semana”
MIGUEL A. LOPES

Segundo o secretário de Estado da Saúde, “mais de 200 empresas já mostraram vontade de avançar com a produção de máscaras para a população, estando algumas delas em condições de o fazer já esta semana”. Em conferência de imprensa, António Sales pediu ainda à população para ter “confiança” no Serviço Nacional de Saúde e não deixar de procurar ajuda ou mesmo ir às urgências caso seja necessário

Empresas portuguesas preparadas para começar a produzir máscaras comunitárias “já esta semana”

Helena Bento

Jornalista

De acordo com António Sales, “mais de 200 empresas já mostraram vontade de avançar com a produção de máscaras, estando algumas delas em condições de o fazer já esta semana”. Segundo o secretário de Estado da Saúde, o Infarmed publicou esta terça-feira “as especificações técnicas para a produção destas máscaras pela indústria nacional”.

Em conferência de imprensa esta terça-feira, avançou também que foram realizados desde 1 de março “mais de 190 mil testes” para deteção de covid-19 e que, do total de testes realizados, “52 por cento foram feitos em laboratórios públicos, 45 por centro em privados e três por cento noutros locais”. Segundo ele, Portugal está com “uma taxa de quase 18 mil testes por milhão de habitantes” e estão a ser realizados, desde 1 de abril, aproximadamente 10 mil testes por dia”, o que coloca “o país em linha ou mesmo acima de países como a Alemanha e a Áustria”.

António Sales garantiu que os “tempos de resposta” do SNS24 “foram otimizados” e que a linha “continua a ser a porta de entrada preferencial das pessoas suspeitas de covid-19 no Serviço Nacional de Saúde”. A linha atende "cerca de 11 mil pessoas por dia" e também dá resposta a casos não-covid, conforme fez questão de salientar. “Os doentes crónicos que sintam descompensação no estado clínico devem recorrer ao médico assistente ou à linha SNS24, que prestará o devido aconselhamento. Em caso de necessidade de ida à urgência, as normas da DGS preveem a utilização de máscara por todas as pessoas no interior das instituições de saúde”, disse, num tom de apelo à população para não deixar de procurar ajuda se dela precisar.

“Não adie de forma alguma a vacinação, caso contrário podemos ter outros surtos”

Também presente na conferência de imprensa, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, sublinhou a necessidade de manter a vacinação. “Não adie de forma alguma a vacinação, caso contrário podemos ter outros surtos”, afirmou, referindo, especificamente, a vacinação nas crianças. “Nenhuma criança e adulto com a vacina do sarampo em atraso deve continuar a tê-la em atraso”. Graça Freitas também destacou o grupo das grávidas - “que devem vacinar-se contra a tosse convulsa”, não devendo essa vacinação ser adiada além das 28 a 38 semanas de gestação - e dos doentes crónicos.

Outro assunto de que se ocupou durante a conferência foi a situação nos lares e outras residências para idosos. Segundo ela, um terço das pessoas que morreram infetadas com o novo vírus eram ali utentes. E há instituições a desrespeitar regras como a da proibição das visitas, a imposição de 14 dias de isolamento e a realização de testes a novos utentes, alertou.

Questionada sobre o regresso de pessoas infetadas aos lares onde residem, Graça Freitas afirmou que esse regresso é desejável sempre que se esteja na presença de casos ligeiros, de modo a libertar os hospitais “para outras situações quer de doentes agudos, quer de doentes mais graves”.

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