“Veja, por favor, quando é que consegue fazer o meu testamento porque eu temo já não ser feito a tempo.” O pedido foi feito na tarde de um domingo a Ângela Vieira. A advogada especialista em direito da família garante que a cliente não está infetada nem com sintomas, mas a covid-19 aguça-lhe o medo de morrer. “Temos sempre solicitações, mas agora temos tido mais”, assegura. “As pessoas pensam mais na morte.”
Há quem queira deixar os bens aos namorados ou unidos de facto, entregando-lhes, por exemplo, a casa. Há os que pretendem “beneficiar um dos filhos” e os que nem têm filhos mas querem doar os bens a instituições de caridade ou à Igreja.
E se há a quem o medo da morte assombre também há os confinados ao mesmo espaço com os maridos ou esposas que telefonam “e dá para perceber que atingiram um limite”.
Desde há duas semanas, ainda que sem sair de casa “pedem aquelas informações preliminares” sobre divórcio, revela o advogado Ricardo Marques Candeias. O autor do livro “Divórcio — Um Guia Essencial” viu também a página web com informação prática sobre o processo a triplicar o número de visitas por estes dias.
Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.
Caso ainda não seja assinante, veja aqui as opções e os preços. Assim terá acesso a todos os nossos artigos.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jascensao@expresso.impresa.pt