Coronavírus

DGS admite dupla contagem de casos no Porto

O subdiretor-geral da saúde e o secretário de Estado da Saúde
O subdiretor-geral da saúde e o secretário de Estado da Saúde
MIGUEL A. LOPES/ Lusa

De agora em diante os dados relacionados pela covid-19 vão ser reportados pelo SINAVE, o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica

Um erro: a duplicação da contagem dos novos casos de covid-19 no Porto. Uma explicação: o uso de uma metodologia mista. Uma garantia: “já foi corrigido”. A Direção-Geral da Saúde admitiu esta terça-feira a existência de erros nas contagens de novos casos, com dados a serem reportados tanto pelas administrações regionais de saúde como pela plataforma SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica).

A notícia foi avançada esta terça-feira pelo “Jornal de Notícias”, em que a DGS admitiu que o universo de casos “pode ser indevidamente maior do que o número de casos por dupla contagem”. Os dados divulgados na segunda-feira e referentes a domingo davam conta de que o concelho do Porto passara de 417 para 941 novas infeções - um aumento de 524 casos. Ora, se esta informação estivesse correta, significaria que o número não só ultrapassaria o total da Região Norte, como aquele que foi registado em 25 horas em todo o país: mais 446 casos, incluindo o Porto.

Na habitual conferência de imprensa diária, a DGS voltou a admitir (houve uma “duplicação dos casos no Porto”) e explicou que em causa estava o facto de haver uma metodologia mista na recolha da informação, com dados reportados tanto pelas administrações regionais de saúde como pela plataforma SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica), na qual os médicos inserem dados sobre doentes.

Essa duplicação já foi sido corrigida, garantiu ainda Diogo Fonseca da Cruz, subdiretor-geral da Saúde, explicando que a partir de agora vão ser tidos em conta apenas os dados do SINAVE, “sistema utilizado para algumas doenças infecciosas que são consideradas de notificação obrigatória”. “De cada vez que há suspeita de doença infecciosa, o clínico utiliza esse sistema para notificar as autoridades de saúde locais e regionais, de modo a estabelecer-se mecanismos de atuação.” Este sistema “não avalia doentes nem faz o seguimento clínico destes doentes”, explicou ainda o subdiretor-geral da Saúde, “é um sistema de notificação de casos suspeitos”.

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