Associação portuguesa de ginásios pede ao Governo para decretar encerramento generalizado

A maioria dos ginásios continua aberta, mas a posição da Associação de Empresas de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP) é clara: todas os espaços devem encerrar, assim afirmou ao Expresso José Carlos Reis, presidente da entidade.

“Gostaríamos que o Governo decretasse o encerramento de todos os ginásios em Portugal como medida de segurança, mas tal não aconteceu”. Segundo o responsável, o executivo limitou-se a “aconselhar a limitação de frequência de utentes nos clubes de fitness e ginásio”, tendo a associação pedido entretanto à tutela “mais orientações”.

Alguns ginásios já encerraram, nota José Carlos Reis, que não consegue fazer a contabilidade exata. “No universo de 1.100 clubes é difícil”, explica, adiantando no entanto que “já há Câmaras Municipais que mandaram fechar ginásios, como por exemplo Torres Vedras”. O governo dos Açores também fechou todas as instalações desportivas, incluindo ginásios.

“Seria mais seguro encerrar todos, tendo em conta a progressão dos casos. Se forem adotadas medidas mais radicais, mais fortes, isso terá maior impacto na contenção. As pessoas estão muito alarmadas.”

José Carlos Reis explica que os ginásios onde foram detetados casos de infeção ou de suspeita de infeção foram encerrados entretanto, como é o caso do ginásio Breathe Sport Fitness, no Porto, e de outro em Vizela. Também há outros espaços no Porto que fecharam as portas, por decisão meramente preventiva, assim como o Ginásio Clube Português e duas unidades do The Code, em Lisboa.

Já esta quinta-feira, o Fitness Hut divulgou o caso de um teste positivo num dos clientes do ginásio, que o frequentou até à passada terça-feira, 10 de março. Por esse motivo, o espaço em causa, na Alexandre Herculano, em Lisboa, encontra-se agora encerrado. O Fitness Hut tem outra unidade fechada, em Carcavelos, mas essa por estar integrada no campus da Nova School of Business & Economics, que, como todas as universidades, fechou por decreto do governo.

A expectativa de José Carlos Reis é de que a totalidade (ou quase) dos ginásios “encerrem em breve”: “É essa a informação que tenho”.

AGAP implementa plano de contingência

A AGAP divulgou esta sexta-feira na sua página na Internet um comunicado em que diz ter sido elaborado um plano de contingência para ser implementado por todos os associados e “adotadas todas as medidas de higienização e desinfeção” dos espaços.

Entre essas medidas estão a disponibilização de uma sala de isolamento em todos os ginásios, limpar e desinfetar “sistematicamente os locais facilmente acessíveis às mãos, nomeadamente equipamento que utiliza no ginásio bem como material disponível nos estúdios para as aulas em grupo”, e a desinfeção de todas as zonas comuns “pelo menos de hora a hora” e de “zonas onde as pessoas colocam as mãos”, como maçanetas, teclados e torniquetes de entradas”.

O Expresso contactou vários ginásios mas apenas conseguiu chegar à falar com o Solinca, que remeteu para o comunicado da AGAP, não tendo prestado mais esclarecimentos, e com o Fitness Hut, avançou que duas das suas 44 unidades foram encerradas esta sexta-feira, embora não tenha revelado a localização destes espaços.

Também ao Expresso, a Direção-Geral da Saúde clarificou que “não existem medidas específicas para ginásios”, apenas “recomendações gerais e os planos de contingência adotados pelos mesmos”. Essas recomendações incluem lavar as mãos frequentemente, com água e sabão, “esfregando-as bem durante pelo menos 20 segundos”, tapar o nariz e a boca com a parte de trás do braço ou um lenço de papel ao tossir ou espirrar, e evitar o contacto próximo com pessoas com infecção respiratória.