Covid-19. Imagem a circular nas redes sociais pode trazer “falsa sensação de segurança”
Alerta é de uma investigadora da Universidade do Porto
Alerta é de uma investigadora da Universidade do Porto
Jornalista
A imagem está a circular em grupos de WhatsApp e também nas redes sociais. O Expresso falou com Teresa Leão, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que revelou que este puzzle de sintomas “pode trazer uma falsa sensação de segurança às pessoas” e que pode até provocar “mais confusão” sobre o coronavírus.
“Em termos clínicos, [a imagem] não é descabida mas não encontro nenhum estudo que me permita fazer essa observação tão taxativa”, resume Teresa Leal. “Portanto, na realidade, nem sei se difundir essa imagem ou mensagem transmite algum tipo de tranquilidade à população porque não acrescenta muito…”
Por isso, diz, é pouco aconselhável seguir as imagens - o ideal é cada pessoa fazer o seu rastreamento. “Se contactou com alguém que tem Covid-19, deve estar atento a vários sintomas, nomeadamente aos mais frequentes ou a outros atípicos, como ficar cansado, arrepios ou expetoração", alerta Teresa Leão.
O coronavírus tem tipicamente os sintomas descritos pela Direção-Geral da Saúde: tosse, febre e dificuldades respiratórias numa fase mais avançada. “A grande maioria das pessoas tem estes sintomas”, diz a investigadora.
E continua: “A diarreia, por exemplo, é muito raro surgir num coronavírus como temos até agora identificado. Há um outro conjunto de sintomas que são aqueles que acontecem a uma pequena percentagem de pessoas, naquelas pessoas mais alternativas, que podem ser expetoração, dor na garganta, cansaço, pode ser uma cefaleia, uma dor de cabeça, mas que, lá está, varia de pessoa para pessoa e é bastante raro acontecer”.
De acordo com esta investigadora da Universidade do Porto, 85% dos casos são habitualmente ligeiros a moderados. “Quando digo ligeiros são tão ligeiros que parecem quase nem ter sintomas.” Nos outros 15%, sim, são casos que justificam internamento, havendo aqui 5% de casos realmente complicados.
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