Marítimo vs Gil Vicente: Rolinho de espada ou Galo recheado à moda de Barcelos?
No relvado, frente a frente nesta jornada, vão estar Marítimo e Gil Vicente. Mas à mesa, quem vai vencer? O “Rolinho de espada” do madeirense Doca do Cavacas ou o “Galo recheado à moda de Barcelos” do restaurante Pedra Furada. O Prato Forte da Jornada é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio da Betclic.
O apito inicial faz-se ouvir quando, domingo, dia 11 de setembro, o relógio assinalar as 18h00 no Estádio dos Barreiros, no Funchal. Por essa altura, o Club Sport Marítimo já está em campo para defrontar o Gil Vicente Futebol Clube. À mesa, o duelo faz-se entre o “Rolinho de espada” do restaurante madeirense Doca do Cavacas, defendido por Jorge Abreu, e o “Galo recheado à moda de Barcelos”, a estrela do Pedra Furada, que tem como capitão, António Herculano.
Club Sport Marítimo - “Rolinho de espada”
Rolinho de espada
Com 59 anos, Jorge Abreu garante: “sou do Marítimo, desde que nasci”. O gosto pelo clube vem dos tempos de escola, onde com os amigos falava de futebol, e assim reforçou o amor à camisola verde-e-rubro que distinguia o clube do rival Club Sport Madeira, que no início da história do futebol madeirense era o principal emblema da ilha. Quando entrou para o restaurante Doca do Cavacas, entre o Lido e a Praia Formosa, já levava a paixão pelo clube, ganhando outra a da gastronomia madeirense, que ainda hoje serve com um sorriso nos lábios. Nem hesita ao dizer que neste restaurante, onde predominam os mariscos e os peixes do mar, “o peixe-espada é dos mais procurados”. E numa ilha onde este peixe feio, mas saboroso, tem quase tantas formas de ser confecionado como o bacalhau, “os Rolinhos de espada” são um dos pratos mais pedidos.
Jorge Abreu ataca com o Rolinho de espada
Desde que foi pescado o primeiro exemplar, em 1839, que se multiplicaram as formas de confecionar o peixe-espada (apenas espada para os madeirenses), bem como a técnica para o retirar das águas profundas. Aliás, acreditou-se, durante muito tempo, que o peixe-espada preto era exclusivo da Madeira, sabendo-se hoje que está presente em três oceanos diferentes, mas em nenhum lugar com tanta abundância e tão imerso na cultura como na Ilha da Madeira. Para chegar à mesa, cortam-se os filetes em porções mais pequenas, de mais ou menos 150 gramas cada, tempera-se com sumo de limão, sal e pimenta-preta. São depois enrolados com a parte do filete para fora. Prepara-se uma cebolada, com azeite, cebola, pimentos e alho, levando-se depois o filete a fritar, até atingir um dourado em toda a volta. O espada é servido com batatas fritas, batata-doce assada, legumes e batata cozida ou arroz branco. No restaurante Doca do Cavacas, (Rua da Ponta da Cruz, 66, Funchal. Tel. 291762057) o “Rolinho de espada” (€13) inclui dois acompanhamentos à escolha.
Gil Vicente Futebol Clube - “Galo recheado à moda de Barcelos”
Galo recheado à moda de Barcelos
O sorriso espalha-se pela face de António Herculano, com 66 anos e líder da segunda geração do restaurante Pedra Furada, quando o assunto é o “Galo recheado à moda de Barcelos”. “Foi Galo de Ouro várias vezes” recorda, referindo-se a um concurso que procurava a melhor receita da região, e “prémio especial do júri”, o que fez desta especialidade “motivo de romaria semanal”. As fotografias de celebridades da televisão, dos negócios, da política e, claro, do futebol, penduradas nas paredes do restaurante, assim o atestam. O “Galo recheado à moda de Barcelos” é confecionado apenas por encomenda, e o segredo, revela este apaixonado por jazz e pelo Gil Vicente Futebol Clube, é “escolher os melhores galos, criados por pequenos produtores locais, bem como os acompanhamentos”. Escolhida a banda sonora do almoço, António Herculano explica que o processo de confeção do Galo é demorado, para “chegar à mesa perfeito”.
António Herculano vai a jogo com o Galo recheado à moda de Barcelos
Primeiro, o galináceo, é colocado numa marinada com vinho verde, ervas aromáticas, durante 12 horas, à qual se juntam depois alho, alecrim e louro. Volta a mergulhar em nova marinada, desta vez com vinho verde, laranja e outros condimentos. Após este longo processo, recheia-se o galo com carnes fumadas, picadas com farófia, e coloca-se numa assadeira com azeite e alho. Vai ao forno, pelo menos, durante quatro horas, obrigando, para atingir a perfeição, que seja constantemente virado e regado com a calda que, entretanto se forma. As batatas assam junto com o galo, que é servido inteiro (€70), ou metade (€35), acompanhado de grelos e por arroz da romaria preparado com os miúdos da ave. A escassos 9 km de Barcelos, o restaurante Pedra Furada (Rua de Santa Leocádia, 1415, Pedra Furada. Tel. 252951144) encerra ao domingo ao jantar e segunda-feira, sempre com preocupação pela clientela fiel e pelos muitos peregrinos que percorrem os Caminhos de Santiago e que levam o galo para as refeições.
O Prato Forte da Jornada é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio da Betclic, que ao longo de toda a temporada vai colocar em confronto as receitas tradicionais das regiões dos clubes que disputam a Primeira Liga de Futebol. Para a semana, saiba que pratos fortes representam o Arouca e o Vitória de Guimarães.
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes