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Imigração é “uma das forças vitais para futuro do país” e revitalização de zonas rurais

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A concentração de população no litoral do país criou desafios aos territórios rurais que têm vindo a perder competitividade e pessoas. Para revitalizar o Portugal rural importa pensar o papel de destaque da agricultura no fomento de outras atividades económicas, mas também considerar o potencial da imigração e da flexibilidade do trabalho remoto. As infraestruturas e serviços em falta nas zonas rurais também estiveram em debate no ciclo de Conversas Terra a Terra, organizado pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) com o Expresso como media partner

Os territórios urbanos estão cada vez mais sobrecarregados, fenómeno provocado pelo abandono em massa dos espaços rurais. Se por um lado a faixa litoral tem pessoas a mais, por outro, as zonas rurais estão cada vez mais “despovoadas, envelhecidas e com menos atividade económica”, disse Firmino Cordeiro, diretor-executivo da AJAP. Para repovoar os territórios rurais, as comunidades imigrantes e a flexibilidade do teletrabalho podem ser possíveis soluções.

A imigração é “uma das forças vitais para o futuro do país” e para complementar a falta de população em zonas rurais, explicou Francisco Gomes da Silva, professor auxiliar do Instituto Superior de Agronomia (ISA). Por outro lado, o teletrabalho permite já “ultrapassar um conjunto de problemas”, mas ainda faltam políticas públicas que fomentem a fixação.

“É preciso que haja uma opção explícita politicamente de que queremos pessoas naqueles territórios”, apontou, relembrando que a agricultura e as florestas são também essenciais para manter a competitividade nessas áreas. Na ausência dessas atividades, que fomentam uma série de outros sectores, “morrem definitivamente” os espaços rurais. Além disso, importa ainda perceber o que faz falta à população, por exemplo, ao nível de educação, saúde e telecomunicações.

Para Gonçalo Ribeiro Telles, consultor político, a imigração pode, de facto, “mudar bastante as coisas e ser um fator positivo” para a repovoação. Quanto maior for a população, mais as políticas públicas e até a ação ao nível autárquico terão de se “voltar mais para as pessoas”.

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