No sofá, o Sporting foi declarado campeão nacional de futebol da época 2023/2024. A festa fez-se pela noite dentro no Marquês de Pombal, mas também se celebra à mesa destes três restaurantes de Lisboa, onde os leões são sempre vencedores
Com a derrota do Benfica em Famalicão, o Sporting Clube de Portugal foi declarado campeão nacional de futebol da época 2023/2024. A festa do vigésimo título fez-se pela noite dentro no Marquês de Pombal. Recuperadas as forças preparam-se novos festejos e celebrações que também se podem fazer à mesa destes três restaurantes de Lisboa, onde os leões são sempre vencedores e o apoio é público e incondicional. Decorados com camisolas e cachecóis e, por vezes, até com empregados vestidos a rigor, sonham, ano após ano, com a vitória e uma temporada que fique para a história.
Bem perto do Estádio Alvalade XXI, o restaurante Capas Negras, também conhecido como “O Sportinguista”, o clubismo é lavado a sério e até a password da Internet começa por SCP. Presença diária na ementa, as “Iscas com elas” são o prato de eleição da casa. Elviro Amaro Caetano, algarvio de nascença, e sócio número 3315 do Sporting, é quem prepara as iscas, juntando às finas fatias de fígado de bovino uma marinada de vinho branco, vinagre, alho, louro, sal e pimenta, deixando-as a absorver o sabor de um dia para o outro. Antes de irem à mesa, as “Iscas com elas” do restaurante Capas Negras passam por uma frigideira onde caramelizaram rodelas de cebola. São depois servidas com batatas cozidas ou, caso o cliente prefira, com batatas fritas, por Luciano Vieira, de Vila Nova de Cerveira, sportinguista desde que nasceu - garante - e sócio com o número 4252. Nos dias de jogo, vive-se no Capas Negras (Rua Dr. João Soares, 2B, Lisboa. Tel. 217932197) com pouco mais de 30 lugares, um ambiente quase igual ao do estádio a ponto do restaurante ser conhecido como “O Sportinguista”. As “Iscas com elas” são o prato mais pedido, antes e depois dos jogos, e apesar de não estar nas redes sociais, o restaurante oferece internet gratuita. A password, naturalmente, começa com SCP.
Rua Dr. João Soares, 2B, Lisboa. Tel. 217932197
Conhecido reduto sportinguista, em Campolide, onde nem faltam camisolas autografadas por Cristiano Ronaldo, entre muitos outros craques verdes e brancos, o restaurante Tasquinha do Lagarto mostra o orgulho sportinguista desde 1973. Na reportagem preparada para o projeto O Prato Forte da Jornada, o capitão da casa, Ricardo Rodrigues, sugere, em defesa da camisola verde e branca e em homenagem a Lisboa, o tradicional prato de “Pataniscas de bacalhau”. O segredo está na qualidade do bacalhau e na Tasquinha do Lagarto, usam-se postas generosas, cozidas previamente, desfiadas e desprovidas de pele, para depois serem separadas às lascas. Maria de Lurdes Modesto dizia que se deviam comer à mão e se, ao pegar-lhe com os dedos não se dobrarem, são pataniscas de Lisboa. Na Tasquinha do Lagarto (Rua de Campolide, 258, Lisboa. Tel. 213883202) entre dezenas de camisolas do Sporting, algumas autografadas pelas maiores estrelas do clube, como Cristiano Ronaldo, servem-se centenas de pataniscas por semana acompanhadas por arroz de feijão.
Tasquinha do Lagarto (Rua de Campolide, 258, Lisboa. Tel. 213883202)
Recentemente premiado com um Garfo de Ouro, o restaurante Solar dos Presuntos é como um estádio, tal o número de jogadores, treinadores e dirigentes de clubes de futebol que aqui se sentam à mesa para provar pratos de cozinha minhota e tradicional portuguesa, apoiados por uma extensa e tentadora garrafeira. A prova da passagem de craques nacionais e internacionais está bem visível nas paredes do restaurante liderado por Pedro Cardoso, um fervoroso adepto do Sporting, paixão que contagia família e staff. Pelo Solar dos Presuntos já passou, garantidamente, mais de metade do plantel do novo campeão nacional de futebol, dos repetentes Nuno Santos a Sebastian Coates, passando pela nova estrela do clube de Alvalade, o avançado sueco Viktor Gyökeres. Na edição 2024 do Guia Boa Cama Boa Mesa pode ler-se: “Serve até 800 refeições por dia, 500 quilos de cabrito e mais de 800 de polvo por semana. Um enorme investimento renovou salas e a cozinha do chef Hugo Araújo, potenciando a produção sem macular a alma deste astro gastronómico. Mas é nos detalhes que se entende o sucesso: volvidos 50 anos desde a abertura, em 1974, há pessoas cuja única função é cortar presunto todo o dia, seguindo o preceito. O legado da paixão pela “alta cozinha de Monção” e tradição nacional, transmitido pelos fundadores Evaristo Cardoso (e o irmão Manuel) e Maria da Graça, foi assimilado pelo filho Pedro, a neta Carolina e os colaboradores. Sabem receber e trazem à mesa queijo e enchidos, “Peixinhos da horta”, “Amêijoas à Bulhão Pato” e “Polvo à galega”. À terça-feira há “Arroz de cabidela” e à quarta “Cozido à Minhota”. E ainda emblemas como “Cabrito assado à Moda de Monção”, arroz ou açorda de lavagante, “Bacalhau assado no forno à Portuguesa”, paella e lampreia de estação. Depois dos doces, observe as fotos com famosos da cultura, desporto e política. A reabertura do “Gracinha”, no terraço, é o novo brinde.
Rua das Portas de Santo Antão, 150, Lisboa. Tel. 213424253
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: bcbm@impresa.pt
