Transvases podem “reequilibrar” luta da agricultura contra as alterações climáticas

A revolução industrial ficou marcada como um período de grande desenvolvimento, mas também iniciou um ciclo crescente de dependência de combustíveis fósseis. O efeito colateral da sua utilização, a emissão de gases com efeito de estufa, “é conhecido desde meados do século XIX”, apontou Filipe Duarte Santos, professor na Faculdade de Ciências da Universidade Lisboa e presidente do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. A agricultura “é o sector mais vulnerável” e a resolução do problema faz-se através de “mitigação e adaptação”, embora esta última esteja “mais atrasada”, designadamente na gestão da água.
Neste sentido, e com o propósito de apontar soluções, Filipe Duarte Santos disse ser preciso “reequilibrar os pratos da balança com transvases" - infraestruturas que criam canalizações, abertas ou fechadas, para transportar água entre um local com mais disponibilidade do recurso e outros que apresentem maiores carências -, referindo o exemplo das bacias hidrográficas do Guadiana e do Sado.
No que diz respeito aos recursos hídricos, o diretor-executivo da AJAP, Firmino Cordeiro, tinha, na sua intervenção inicial, reforçado a ideia de que “não há agricultura sem água”, importando, ainda, perceber que os agricultores “não gastam água, transformam-na em alimentos”.
Na ótica de uma melhor gestão e adaptação à realidade atual, o sector desempenha um papel essencial e para Sebastião Bugalho, comentador da SIC, a agricultura e os que a trabalham são mesmo os que “mais podem contribuir para contrariar as alterações climáticas”.
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