Este boutique hotel é um oásis de luxo imprevisível em pleno Alentejo
A paisagem profícua em afloramentos graníticos é a moldura viva do Monte da Bela Raposa, no concelho de Mora, no Alentejo. Com apenas seis quartos e um enorme lago, este alojamento está decorado com peças dos quatro cantos do mundo e frescos delicados. A cozinha é de sonho
O acesso ao Monte da Bela Raposa constitui apenas um esboço deste lugar paradisíaco de 60 hectares, localizado bem longe do desassossego das cidades. A beleza e serenidade definem a envolvente deste boutique hotel localizado a escassa distância de Pavia, no concelho de Mora. Construído de raiz, é composto pelo edifício principal e seis quartos distribuídos, dois a dois, por três blocos, junto ao pequeno pomar de laranjeiras.
Sala da lareira
Françoise Baudry é a proprietária do Monte da Bela Raposa, que abriu portas ao turismo em maio de 2022. De origem belga, trocou a Quinta da Bemposta, situada na luxuriante serra de Sintra, onde viveu durante três décadas, pelo Alentejo. Do antiquário homónimo levou peças decorativas e de mobiliário do mundo inteiro. “Os quartos são diferentes e foram decorados como se fossem para mim. Têm uma atmosfera própria. As casas de banho são iguais.” Confirma-se. A pintura dos interiores e os frescos testemunham a mestria da pintora e muralista portuguesa Fátima Galama.
Quarto Horta do Monte da Bela Raposa
Vale, Horta e Lago conferem a vista de cada bloco, daí os nomes. Os dois do primeiro bloco dispõem de cama para criança. Os restantes podem transformar-se em comunicantes. As camas estão dispostas de frente para enorme janela rasgada para o terraço privativo, separado por bambus. Tudo foi selecionado ao pormenor. “Os lençóis são de linho e algodão do Egito, os cortinados são de seda” e as cores combinam entre o mobiliário e demais tecidos dos quartos do Monte da Bela Raposa.
A piscina infinita do Monte da Bela Raposa
“Sempre gostei muito do Alentejo”, revela Françoise Baudry, que se apaixonou por esta propriedade devido aos escultóricos afloramentos graníticos e do silêncio. “Luxo, aqui, é isto! Sente-se a Natureza”, declara a proprietária do Monte da Bela Raposa, que transladou 30 oliveiras “muito antigas” do Vimieira. O enorme lago confere a serenidade deste lugar. Acessível por meio de um passadiço em madeira, fica a piscina infinita. Encaixada na paisagem, dá a sensação de ser o prolongamento do imenso espelho de água, que salvaguarda o ecossistema da propriedade.
Sala do piano
O mesmo passadiço em madeira dá acesso ao edifício principal, cujo terraço é privilegiado, graças à vista para o lago. A sala com lareira mantém o conforto da casa durante o inverno. Esta é contígua à sala do piano, espaço onde Françoise Baudry promoveu, em março passado, um workshop de piano conduzido pela pianista Maria João Pires. A iniciativa culminou com um concerto de piano na Igreja Matriz de Pavia. “Foi fabuloso”, descreve a proprietária do Monte da Bela Raposa, com a garantia de já estar a trabalhar no programa cultural de 2024.
A cozinha do Monte da Bela Raposa
Depois há a cozinha grande e de sonho. Buffet à parte, Françoise Baudry faz questão de que seja preparado um “pequeno-almoço quase brunch” para os hóspedes. “O chá é de grande qualidade e o café também. Em Pavia temos uma padaria ótima, que faz pão em forno a lenha. É esse que servimos cá. Os ovos são daqui. Faço salada de fruta fresca, diferente todos os dias”, descreve. Bolo caseiro, charcutaria e queijo regionais, tostas e, claro, croissants complementam o desfile desta refeição matinal na mesa comprida da cozinha do Monte da Bela Raposa. A paixão por esta divisão das casas vem de há muito, ou não tivesse sido autora do livro “Cozinhas em Portugal” (Estar Editora, 1998).
Monte da Bela Raposa
Com vontade de implementar workshops de cozinha no Monte da Bela Raposa (EN 251, Pavia. Tel. 917572644), Françoise Baudry fecha as portas do alojamento até 8 de fevereiro de 2024. Mas as reservas (a partir de €245) são bem-vindas neste lugar idílico, com direito a visita noturna de duas amistosas raposas.