Com metade do valor gasto na gala Michelin, Turismo de Portugal investiu recorde de 800 mil euros para promover gastronomia
VICO.UGHETTO
O Turismo de Portugal investiu este ano cerca de 800 mil euros na promoção da gastronomia, a maior verba de sempre, da qual metade será destinada à primeira gala do guia Michelin exclusivamente portuguesa. Atualmente, a publicação sugere 164 restaurantes, dos quais sete com duas estrelas e 30 com uma estrela
"2023 marca uma diferença do ponto de vista da promoção de Portugal como destino de gastronomia", disse esta quarta-feira a vogal do conselho diretivo do Turismo de Portugal Lídia Monteiro, durante um encontro, em Lisboa, com a imprensa sobre a gala de apresentação da parte portuguesa do Guia Michelin Espanha e Portugal 2024, que decorrerá em 27 de fevereiro no Algarve.
Segundo a responsável, a verba total aplicada este ano foi de cerca de 800 mil euros, dos quais perto de metade na gala. Outro evento de destaque foi o “Taste of London”, em junho passado. "O Reino Unido é um mercado muito importante, é o principal mercado emissor de turistas", indicou Lídia Monteiro. Espanha é "um mercado de proximidade forte", onde o "público tem uma grande apetência" e "já conhece a gastronomia portuguesa", referiu ainda.
"Já há algum tempo tínhamos iniciado um trabalho consistente de promoção da gastronomia. A pandemia foi um travão e 2023 foi um ano muito importante de recomeço na nossa atividade", explicou ainda, antecipando que a tendência continuará no próximo ano. Em 2024, "as pessoas vão viajar mais e com maior interesse na gastronomia", afirmou.
DR
Gala Michelin a 27 de fevereiro no Algarve
A 27 de fevereiro, no hotel Nau Salgados Palace, em Albufeira, a Michelin organiza a sua primeira gala exclusivamente dedicada a Portugal - até à edição do guia de 2023, a cerimónia de apresentação dos restaurantes distinguidos era sempre feita em conjunto entre Espanha e Portugal, e decorria quase sempre em cidades espanholas, com exceção do guia de 2019, em Lisboa. A gala vai contar com a apresentação de Catarina Furtado e várias estações de showcooking, área que está a ser coordenada pelos chefs Dieter Koschina (Vila Joya) e Rui Silvestre (Vistas Restaurante).
"Com uma cerimónia exclusiva para a seleção de Portugal, o Guia Michelin coloca em destaque a cada vez maior excelência que os inspetores encontram em Portugal, que demonstrou nos últimos tempos um crescimento culinário notável", disse a diretora de comunicação da Michelin Espanha e Portugal, Monica Rius.
Em Portugal, acrescentou, "há uma clara evolução positiva na última década, com uma boa seleção de chefs nacionais com excelente formação e ambição de melhorar, que estão a apresentar propostas interessantes, oferecendo uma cozinha portuguesa moderna, que, baseando-se nos sabores tradicionais, procuram surpreender com novas apresentações e texturas".
Segundo a responsável da comunicação, "o interesse pela cozinha portuguesa e por Portugal é visível na grande afluência de turistas a cidades de grande atração e interesse, como Lisboa e Porto, que servem de base a estes restaurantes gastronómicos, abrindo fronteiras e procurando a excelência".
Portugal conta atualmente com um total de 164 restaurantes no guia, dos quais sete com duas estrelas, 30 com uma estrela, três com estrela Verde, que distingue a sustentabilidade da cozinha, 37 Bib Gourmand (refeição com uma boa qualidade/preço, entre €35 e €65) e 90 recomendados.
A organização deixa em aberto a possibilidade de atribuir prémios especiais, a exemplo do que aconteceu em Espanha, como “Jovem Chef” ou “Sommelier do Ano”. Até ao momento, a Michelin também ainda não decidiu se o guia português terá uma versão impressa ou se será apenas digital, através de uma app.