A primeira edição do festival Aqua Wine Fest decorre em Valpaços, para valorizar e promover os vinhos e as águas da região do Alto Tâmega e Barroso. A iniciativa decorre esta sexta-feira, dia 6 de outubro, e amanhã, sábado. A entrada é livre
A primeira edição do festival Aqua Wine Fest decorre esta sexta-feira, dia 6 de outubro e, amanhã, sábado, no Largo da Feira, em Valpaços. O objetivo, ao misturar água e vinho, é valorizar e promover os produtos da região do Alto Tâmega e Barroso.
Nesta primeira edição marcam presença 25 produtores e engarrafadores de vinhos e três empresas de água da região. No Aqua Wine Fest vão também estar presentes produtores da zona dos vinhos verdes, que inclui Ribeira de Pena. O festival inclui provas de vinho e de água, há ainda a possibilidade de conhecer a gastronomia local e assistir a espetáculos musicais.
"O festival procura ligar a água e o vinho e, ao mesmo tempo, permitir que os consumidores e a restauração passem a ser mais conhecedores destes produtos do nosso território e que os nossos turistas tenham mais um evento para poderem usufruir", explicou à agência Lusa, Ramiro Gonçalves, primeiro secretário executivo da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso, que agrega os concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.
O mesmo responsável, que destacou a excelência deste dois produtos endógenos, anunciou ainda a intenção de transformar o evento numa iniciativa anual, a decorrer, de forma alternada em Valpaços e Chaves, os municípios que "detêm o grosso da produção vitivinícola" do território do Alto Tâmega e Barroso. Refira-se que Valpaços é um concelho com mais de 2.000 hectares de vinha, inserida na região vitivinícola de Trás-os-Montes.
Vinho de lagar rupestre
“Calcatorium” – o lugar onde se pisam as uvas - é o nome do primeiro “vinho de lagar rupestre” certificado e rotulado em Portugal. Foi engarrafado no verão de 2020, proveniente de uma vindima de 2018 na aldeia de Santa Valha, Valpaços, onde esteve em processo de vinificação num lagar escavado na rocha. As uvas foram colhidas numa vinha muito velha, com castas autóctones, brancas e tintas. A lagarada decorreu num lagar rupestre e o estágio dos vinhos foi feito em pipas já bastante usadas de carvalho de madeira. Esta vindima deu origem a cerca de 500 garrafas, numeradas, de vinhos tintos e rosés. Valpaços, onde não existe a cultura do vinho, recupera assim uma tradição que, afinal, ali existia há milhares de anos: no concelho com mais lagares rupestres identificados em Portugal foram descobertos cerca de 120 lagares e lagaretas cavados nas rochas - alguns remontam ao período romano -, reveladores dos hábitos de produção e consumo vinícola dos nossos antepassados, que escolheram esta região do país para adotar um estilo de vida sedentário
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